Aleta está há quatro anos no Cruzeiro
(Foto: Igor Ferreira/Arquivo Pessoal)
O dito popular "Depois da tempestade vem a bonança" pode ser aplicado em várias situações do cotidiano, e o futebol não fica fora da lista. Aos 18 anos, o mineiro Igor Ferreira pode dizer essa frase todos os dias. O garoto driblou as dificuldades ao ver desde pequeno a avó ir trabalhar a pé para que pudesse treinar. Ele também teve que superar a morte da mãe em 2011. Hoje, o jovem comemora a chance de disputar pela primeira vez na carreira a principal competição de categoria de base do país, a Copa São Paulo, vestindo a camisa do Cruzeiro.
Só que antes de atuar nos gramados, Igor começou a traçar o caminho de ser jogador de futebol em outra modalidade: o futsal. Criado pela avó em uma família humilde em Juiz de Fora, ele fazia parte de um projeto social da cidade.
– Comecei em um projeto chamado Cesporte, que era só futsal. Ali eu já disputava campeonatos e sempre me destacava marcando gols. Aos 10 anos, eu fui jogar na escolinha Zico. Lá, eu comecei em competições de futebol campo, como a antiga Liga JF – disse.
O destaque nas quadras e no campo chamou atenção da avó de Igor, Maria Luiza Ferreira, de 66 anos. Para ajudar o neto a realizar o sonho, ela dava vale transporte e dinheiro para que Igor pudesse ir aos treinos.
– Isso foi muito importante para mim. Ela sempre me deu apoio para que eu pudesse treinar. Oferecia todas as condições para que eu continuasse com meu sonho – afirmou.
Além de reconhecer o esforço da avó, Igor ainda tem outra inspiração na família. O jovem se espelha no tio Adalberto, ex-jogador do América-MG,que o incentivou a começar no futebol.
– Fui motivado pelo meu tio, que também é jogador. Ele me ajuda até hoje me dando conselhos. Aprendi bastante com os ensinamentos – revelou.
Começo no Cruzeiro
A vida de Igor tomou novos rumos em 2009. Durante um amistoso em Guarani, na Zona da Mata mineira, o garoto foi destaque na partida e chamou atenção da comissão técnica cruzeirense, na ocasião, vestindo as cores do time da casa.
– A escolinha do Zico tinha uma parceria com a cidade de Guarani e eu fui convidado para jogar este amistoso. No jogo, eu me destaquei e eles me chamaram para fazer um teste. Eu fui, fiquei uma semana e voltei pra Juiz de Fora por causa da escola. Em 2010 veio o convite, me informaram que eu tinha passado e estou aqui até hoje – contou.
Jovem atleta conquistou dois campeonatos estaduais pelo clube (Foto: Igor Ferreira/Arquivo Pessoal)
Igor passou pelo pré-infantil, infantil e juvenil. Aos 18 anos, o atleta está em seu primeiro ano de júnior no clube e participa pela primeira vez da principal competição das categorias de base do Brasil. Em janeiro, Igor defende a camisa celeste na Copa São Paulo de Futebol Júnior.
– Hoje eu tenho um sonho dentro do Cruzeiro que é vencer a Copinha. Quero ser campeão desse campeonato que é tão importante para categoria de base – revelou.
Pela Raposa, Igor foi campeão mineiro duas vezes pela categoria sub-20. Para o jogador, além das conquistas, vencer um clássico contra o maior rival, Atlético-MG, na competição, tem um gostinho a mais.
– Clássico nunca é um jogo normal, a rivalidade sempre existe. É um jogo que, se você aparece bem, a diretoria sempre fica de olho. Desde o pré-infantil é um dos melhores jogos de se jogar – afirmou.
Há quatro anos no clube do Barro Preto, Igor revela que agora a dificuldade que enfrenta é a saudade da família. Envolvido com os treinamentos e competições, ele quase não tem tempo para ir a Juiz de Fora.
– Eu tive uma adaptação muito boa aqui. O difícil mesmo, até hoje, é a distância da minha família. Quando eu mais preciso, eles não estão aqui para me apoiar, e isso é muito ruim – disse.
Seleção Sub-17
Destaque no Cruzeiro levou jogador à seleção (Foto: Igor Ferreira/Arquivo Pessoal)
Com o destaque nas categorias de base do Cruzeiro, Igor foi surpreendido no ano passado, quando o então técnico da seleção sub-17, Alexandre Gallo, anunciou os jogadores que fariam parte do período de treinamento para o Sul-americano de 2013. O nome do atacante figurava entre os 27 convocados.
– Recebi a notícia por meio de amigos que vieram me dar os parabéns. Eu não estava sabendo de nada. Peguei meu computador e olhei a lista. Depois da confirmação, foi muita alegria – revelou.
Igor não foi para a competição, mas garantiu que passou por grandes experiências nos nove dias de treinamentos na Granja Comary.
– Foi uma experiência excelente que tive. Principalmente de poder trabalhar com o Gallo. Aprendi muitas coisas com ele e foi muito importante para a evolução do meu futebol – finalizou