10/12/2014 12:19
Ele sai, mas vêm reforços
Desde 2012 no cargo, Alexandre Mattos se despede da diretoria de futebol do Cruzeiro, mas antecipa que a torcida pode esperar grandes contratações para a próxima temporada
O diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos, anunciou ontem que deixará o clube no próximo dia 31, depois de dois anos e 10 meses no cargo. O dirigente, no entanto, foi bastante enigmático quanto a seu futuro profissional. “Passei para o presidente que necessito de novos rumos. Ele deixou claro que cobriria qualquer tipo de proposta, se fosse questão financeira. Disse a ele que não tenho absolutamente nada com nenhuma equipe. Vou analisar isso no futuro”, afirmou, referindo-se à reunião de ontem com o presidente Gilvan de Pinho Tavares.
O dirigente celeste mencionou até a hipótese de parar de trabalhar no futebol: “Tomei a decisão de seguir um novo rumo na minha vida, que será divulgada na hora adequada”. Apesar dos rumores, Mattos negou qualquer acerto com o Palmeiras, que, na segunda-feira, dispensou José Carlos Brunoro, executivo de futebol do clube. O presidente do Verdão, Paulo Nobre, ontem, também não confirmou a chegada do dirigente cruzeirense.
Ao falar de seu trabalho na Toca da Raposa, ele lembrou a situação em que encontrou o clube em 2012: “O Cruzeiro vinha num momento de muita dificuldade, de renovação política e dificuldade econômica. E conseguimos buscar dois títulos brasileiros neste triênio”.
Quando fez agradecimentos, o dirigente se emocionou ao citar a torcida cruzeirense. “Quero agradecer a todos que me acompanharam nessa jornada, nessa aventura que foi resgatar o Cruzeiro para ser o que é o Cruzeiro. Tinha objetivo de olhar para a torcida e vê-la feliz, orgulhosa. Tinha dificuldade nisso quando cheguei aqui”, relatou. “Tentei tocar no coração do torcedor e tentei fazer ele sorrir bastante. E ele tocou no meu coração também domingo (quando pediu que ele ficasse no clube, na comemoração do título brasileiro, no Mineirão).”
Alexandre Mattos explicou a opção de permanecer até dia 31. “Há situações de planejamento que precisam ser encerradas e as farei, com muita dedicação e responsabilidade com o clube”, afirmou. Para o diretor, sua ausência não vai atrapalhar o planejamento celeste para 2015: “O Cruzeiro é uma máquina que funciona muito tranquilamente. Está muito redondo, tem outras pessoas que fazem um trabalho absolutamente maravilhoso. A estrutura permanece. Não sou insubstituível”. O presidente Gilvan de Pinho Tavares ainda não falou em substituto, e alguns nomes são especulados, como o do ex-lateral Sorín e até do volante Tinga, que tem contrato até maio do ano que vem.
No fim da entrevista, Alexandre Mattos garantiu que não se arrepende de nada que fez no Cruzeiro e reconheceu uma dívida com o torcedor: “Fico devendo o Mundial, um grande sonho do torcedor cruzeirense. Vou torcer para que ele conquiste em 2015 e, se Deus permitir, retorno um dia para conquistar isso para a torcida”.
NEGOCIAÇÕES Mesmo de saída, Alexandre Mattos avisou que a torcida pode esperar grandes contratações para a próxima temporada. “O torcedor já conhece a filosofia do Cruzeiro, de pensar grande, buscar atletas que possam nos ajudar no desejo muito grande de buscar a Libertadores e o Mundial. Existe a possibilidade de acontecer alguma coisa, dentro de uma evolução natural”, afirmou.
O dirigente revelou que acha difícil a contratação do atacante Fred, do Fluminense, e até a permanência de Marcelo Moreno. “Sobre o Fred, não tem negociação em andamento. É uma situação difícil pelos valores, tanto para aquisição quanto pela questão salarial. Quanto ao Moreno, é uma situação bem complexa, com valores elevados. Vamos ter dificuldade muito grande. O Cruzeiro está tentando de todas as maneiras, mas acredito que é muito difícil a permanência do Marcelo Moreno”, comentou Mattos, que ainda negocia a transferência de Lucas Silva para o Real Madrid.
Como Diretor
Período
Março de 2012 a dezembro de 2014
40 contratações
As QUATRO maiores
Dedé
R$ 14 milhões
Willian
R$ 10,5 milhões
Manoel
R$ 7,5 milhões
Dagoberto
R$ 7 milhões
*A contratação de Sorín, em 2000, por R$ 9,4 milhões, foi a terceira mais cara da história celeste
Tags: Alexandre Mattos cruzeiro
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