O coordenador técnico da CBF, Gilmar Rinaldi, explicou, no "Arena SporTV" desta terça-feira, como foi o processo da escolha de Dunga para o cargo de técnico da seleção brasileira. Segundo o ex-goleiro, ele sugeriu ao presidente José Maria Marin o nome do ex-capitão do tetra, que acabaria sendo o escolhido, mas também os de alguns treinadores consagrados no mercado. Após a decisão, conversou pessoalmente com Muricy Ramalho, do São Paulo, e Marcelo Oliveira, do Cruzeiro, para explicar a escolha.

- Primeiro definimos um perfil. Era um momento especial pelo problema na Copa. Falei alguns nomes que não são segredos. Um foi Muricy, que jantei com ele no outro dia, Tite, Marcelo Oliveira, Dunga e Abel Braga. Conversamos e analisamos o momento do futebol. Chegamos à conclusão que tinha de ser alguém com muita experiência de seleção, e o mais preparado era Dunga. Foi unânime, mas eu que levei os outros nomes - afirmou.

O dirigente aproveitou para responder as frequentes críticas de Tite, que diz se sentir injustiçado por não ter sido contratado para a função de treinador. No próprio "Arena SporTV", em setembro, Tite disse que não compreendeu as escolhas para os cargos de técnico e coordenador. Segundo Rinaldi, ele foi o único a cogitá-lo no cargo:

- O Tite me deu uma "detonadinha" depois, mas o único que falou dele fui eu. Ele perguntou: "O que o Gilmar entende?" Posso até não entender, mas me cobre pelo o que eu fizer, não pelo o que eu poderia fazer. Só isso. Estou tentando fazer o melhor possível. Eu não tinha mesmo experiência administrativa - disse, mostrando mágoa com as críticas e negando que Tite tivesse ficado em segundo lugar em uma lista de nomes pretendidos:

- Não teve segundo nome, teve um nome só - relembrou.
Além do jantar com Muricy Ramalho no dia seguinte ao anúncio do retorno de Dunga à Seleção, Gilmar revelou que teve uma conversa com Marcelo Oliveira, bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro.

- Falei bem francamente da escolha com os dois posteriomente. Com Muricy, no jantar do dia seguinte, e depois com Marcelo, que é meu amigo. Expliquei que o momento exigia alguém com conhecimento interno - esclareceu o entrevistado.