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29/8/2014 18:15

Vítima de insultos racistas este ano, Tinga divulga nota de apoio ao goleiro Aranha, do Santos

Atos racistas contra o goleiro mancharam a partida entre Grêmio e Santos

Vítima de insultos racistas este ano, Tinga divulga nota de apoio ao goleiro Aranha, do Santos
Redação /Superesportes


O volante Tinga sentiu na pele o preconceito racial em uma partida da Copa Libertadores deste ano. No jogo entre Real Garcilaso e Cruzeiro, em Huancayo, no Peru, o jogador celeste foi hostilizado por torcedores locais, que reproduziram sons de macacos quando ele tocava na bola. A atitude gerou protestos e a campanha “Fechado com o Tinga” foi divulgada para criticar o ocorrido. Porém, a pena aplicada pela Conmebol ao time peruano foi apenas no aspecto financeiro e considerada irrisória. O clube poderia ter sido eliminado da competição segundo o regulamento.

Nessa quinta-feira, na partida entre Grêmio e Santos, em Porto Alegre, pela Copa do Brasil, outro jogador foi vítima de injúria racial, mas desta vez dentro de seu próprio país. O goleiro Aranha foi xingado por torcedores gremistas, e uma câmera da emissora ESPN flagrou os insultos. Para prestar solidariedade ao companheiro de profissão, o volante Tinga divulgou uma nota oficial no site do Cruzeiro.

Os atos racistas têm ocorrido com frequência no mundo do futebol e invadido outros esportes. Seja no América do Sul, Ásia ou Europa, vários jogadores negros já passaram por situações discriminatórias. O caso mais recente foi o de Daniel Alves, do Barcelona, que comeu a banana atirada por um torcedor espanhol e ganhou repercussão mundial. Até nas quadras de vôlei o preconceito,de qualquer natureza, tem causado problemas. Wallace, do Cruzeiro, foi agredido verbalmente por torcedores racistas num jogo contra o Minas, em 2012, em Belo Horizonte. Um ano antes, o jogador Michael, ex-Vôlei Futuro, sofreu ataques homofóbicos numa partida contra o Cruzeiro, em Contagem.

Veja a nota de Tinga na íntegra:

Vi com enorme pesar as manifestações racistas ocorridas ontem, na Arena do Grêmio, com a tentativa de desestabilizar um companheiro de profissão. As imagens foram chocantes, provocando repulsa. É lamentável que em nosso país ainda vejamos com frequência episódios como esse. Não foi a primeira vez que nós, do futebol, somos vítimas de tamanho absurdo, mas, a cada novo constrangimento, fica sempre a esperança de que seja o último.

Quero aproveitar para deixar minha total solidariedade ao goleiro Aranha, profissional honrado e merecedor de todo o respeito. Vou continuar combatendo e condenando como sempre fiz qualquer tipo de preconceito, independente de acontecer com uma pessoa ligada ao futebol. Espero, também, que não seja feito nenhum julgamento hipócrita, com o intuito de condenar um ou outro torcedor sem que os verdadeiros responsáveis sejam apontados. Continuo acreditando que um dia ainda vamos viver em um mundo com mais justiça e menos desigualdades.

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