Para chegar à artilharia do Brasileirão e à seleção brasileira, Ricardo Goulart não trilhou um caminho apenas de conquistas. Passou por dificuldades e decepções ao longo da caminhada. Uma delas, na adolescência, fez o meio-campista se desiludir com o futebol. Para voltar a jogar, buscou ânimo em uma paixão que cultiva até hoje: os cavalos.
Foi graças a essa admiração pelo animal que Ricardo Goulart superou uma passagem não bem-sucedida pelo São Caetano, quando tinha 14 anos.
– Ele ficou um mês no São Caetano – relembra o pai de Ricardo Goulart, Vitor Gomes Pereira – O pessoal estava gostando dele. Mas chegou um treinador lá e o tirou. Isso acabou com o mundo dele. Ele me falou: "Pai, não quero mais saber de jogar bola, não”. É natural isso na idade dele. Falei que estava bom, que iríamos esperar passar o nervosismo. Nessa uma, foi um mês. Daí ele cismou que queria ter um cavalo vendo os amigos dele no bairro, que também tinham, e me pediu para comprar um. Comprei e foi uma terapia para ele. Ele saía para andar, dava milho para o cavalo... – contou.
Assim como a passagem pelo Azulão, a "terapia" com o animal foi curta. Vitor Gomes recorda que, enquanto tinha o cavalo, Ricardo Goulart deixava o futebol em segundo plano. Porém, um dia o cavalo escapou de um terreno em frente à casa da família, em São José dos Campos, interior de São Paulo, e não foi mais recuperado.
– Quando foi embora, dei graças a Deus (risos). Estava na hora dele voltar a jogar bola. O cavalo foi só uma passagem na vida dele – disse Vitor Gomes, que fez "loucuras" e sacrifícios para realizar o sonho dos dois filhos de se tornarem jogadores de futebol.
Ricardo Goulart afirma que não iria deixar de jogar o futebol, mas assume que estava triste com o esporte naquele momento e que o cavalo o ajudou a recuperar o ânimo.
– Até hoje eu gosto de cavalos. É uma paixão antiga e futuramente espero, quando puder, ter vários. Tive que abrir mão desse hobby pela profissão, mas é algo que gosto e quando posso ando um pouco – comentou o jogador