O Cruzeiro não depende mais de si para garantir uma vaga na Conmebol Libertadores de 2025. Depois da derrota por 2 a 1 para o Palmeiras, no Mineirão, com portões fechados, a equipe precisará de uma combinação de resultados para disputar a competição continental no ano que vem. O resultado aumenta ainda mais a pressão sobre Fernando Diniz. Anunciado em 23 de setembro com grandes expectativas, o treinador soma apenas duas vitórias em 14 jogos. Um aproveitamento irrisório de 28,57%, com seis empates e seis derrotas, agravado pelo desempenho ruim na final da Copa Sul-Americana, perdida por 3 a 1 para o Racing.
Todo o negativismo dos parágrafos anteriores pode — e deve — ser atenuado pelo fato de que são apenas 42 dias de trabalho da nova comissão técnica. Com tantos jogos em um curto período, Diniz teve pouquíssimo tempo para, de fato, treinar e impor suas ideias em um elenco que não montou. Além do tempo, outro fato pesa na defesa de Diniz: seu perfil como treinador. Considerado por todos os jogadores que treinou como “diferente” e tido como ousado e inventivo pelo estilo de jogo único, Diniz é o maior representante da categoria de “treinadores que precisam de tempo para trabalhar”.
Em todos os clubes pelos quais passou, há inúmeros relatos de jogadores destacando sua persistência, navegando entre o "cabeça-dura" e o "genial". Diniz é assim, é besta e bestial ao mesmo tempo. Um paradoxo vivo. O Cruzeiro acerta ao manter o treinador e confiar nele para liderar o ambicioso projeto de Pedro Lourenço e Alexandre Mattos.