No noite dessa terça-feira, a CBF liberou a venda de ingressos para as torcidas de Cruzeiro e Palmeiras para o jogo desta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Mineirão, pela 37ª rodada do Brasileirão. No entanto, diante do comunicado da Polícia Militar de Minas Gerais, de que não haveria tempo hábil para a montagem da operação de segurança, a entidade máxima do futebol nacional recuou e voltou a determinar que a partida tenha portões fechados. A própria CBF havia decidido que o jogo seria disputado sem a presença de torcedores, no domingo, após pedido do governo de MG e do Ministério Público por torcida única. A solicitação foi motivada por causa dos incidentes entre as organizadas dos dois clubes em outubro, em rodovia de São Paulo. No noite dessa terça-feira, a entidade máxima do futebol enviou ofício sobre a mudança de panorama ao Governo de Minas Gerais, ao Ministério Público, à Polícia Militar de Minas Gerais e à Federação Mineira de Futebol - que é responsável por comunicar ao Cruzeiro. Diante da resposta da PMMG, o assunto foi encerrado. Em uma rede social, Mateus Simões, vice-governador de Minas, criticou a determinação da CBF. - Somos contrários a fechamento de portões. Nosso pedido foi de torcida única, mas se a CBF determina torcida mista, a decisão final é dela, já que o evento é privado. Infelizmente, na hora de punir o Atlético com perda de mandos de campo a CBF foi rápida. Mas quando é um time paulista a entidade faz vista grossa, colocando o Cruzeiro em risco, e obrigando o pagador de impostos de Minas a financiar a segurança dos vândalos. Uma pena que o Palmeiras ou Flamengo tenham tratamento e benefícios que os times mineiros não recebem. Mas vamos iniciar uma discussão pública e ampla sobre os jogos em Minas. Minas tem a melhor polícia do Brasil e os nossos times contam sempre com a atuação do Estado, mas que fique claro: nenhum criminoso fantasiado de torcedor receberá proteção e esperamos a mesma postura dos clubes - escreveu Simões.
Diante da primeira decisão da CBF, que determinou portões fechados, o governo de Minas acionou a Justiça comum para liberar a presença de torcedores do Cruzeiro no jogo, mas não obteve retorno oficial durante a terça-feira. O Cruzeiro, inclusive, estava pressionando o governo de MG para garantir segurança e realização do jogo também com presença de torcedores palmeirenses, o que não ocorrerá. A Polícia Militar foi procurada pelo ge, mas não respondeu os contatos da reportagem. O Ministério Público de Minas Gerais, no fim de outubro, recomendou formalmente o banimento da organizada do Palmeiras em jogos no estado. A FMF informou que "sempre ratificou e publicou todas as recomendações de acordo com o Ministério Público." O MPMG pediu ainda que fossem analisados, pela Polícia Militar, os riscos da presença da torcida palmeirense no jogo do Mineirão. A PM, por sua vez, não se pronunciou sobre a questão quando foi procurada pela reportagem desde a última sexta-feira. A diretoria do Cruzeiro se posicionou de forma contrária à decisão da CBF de portões fechados. Em nota divulgada no domingo, a direção do Palmeiras afirmou que acatava a determinação da CBF e lamentava que o governo de MG e a PMMG "não tenham apresentado um plano que pudesse garantir a presença de palmeirenses e cruzeirenses no estádio".
O jogo é decisivo para as duas equipes no Brasileiro. O Cruzeiro briga por vaga na próxima edição da Conmebol Libertadores, enquanto o Palmeiras disputa o título do campeonato com o Botafogo.