O Governo de Minas e o Ministério Público de Minas Gerais entraram com uma Ação Civil Pública Cível nesta segunda-feira (2), na 11ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na qual solicitam a liberação de público na partida entre Cruzeiro e Palmeiras, na próxima quarta-feira (4), às 21h30, no Mineirão, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na ação, Governo de Minas e MPMG pedem que a CBF libere a presença apenas de torcedores do Cruzeiro , clube mandante. No caso de “realização do evento desportivo sem a presença de público, por descumprimento da liminar pleiteada”, estado e MP solicitam que a CBF seja condenada a pagar “ R$1.000.000,00 (um milhão de reais) a título de dano moral coletivo, a ser revertido para Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor”. Na ação, ainda é solicitado o banimento da torcida Mancha Alviverde , do Palmeiras, por dois anos, em todo o território nacional, pelo atentado realizado em 27 de outubro, na BR-381, no município de Mairiporã, que resultou na morte de um torcedor do Cruzeiro. Outras 17 pessoas ficaram feridas.
O advogado alerta que Cruzeiro pode ser punido na esfera desportiva por ação contra a CBF. Ouvido pela reportagem da Itatiaia sobre os possíveis desdobramentos da ação movida pelo Estado de Minas Gerais e pelo MPMG, o advogado Louis Dolabela alertou que o Cruzeiro pode sofrer sanções desportivas caso seja indiretamente beneficiado pela petição contra a Confederação Brasileira de Futebol.
"A recente judicialização do tema envolvendo a realização da partida entre Cruzeiro e Palmeiras, traz à tona um debate delicado sobre a interferência do Poder Judiciário em questões desportivas. Embora o Governo de Minas Gerais tenha acionado a Justiça para reverter a decisão da CBF, permitindo a presença de torcedores no estádio, é essencial que o Cruzeiro analise cuidadosamente as implicações dessa medida no âmbito esportivo", alertou Dolabela.
No entendimento de Louis Dolabela, a posição mais prudente para o Cruzeiro é respeitar a determinação da CBF e buscar soluções dentro da esfera desportiva, em consonância com os regulamentos que regem o futebol brasileiro e internacional. Essa postura preservaria a integridade institucional do clube e evitaria riscos à sua participação nas competições organizadas pela entidade.