Ainda novidade na América do Sul, a final única da Conmebol Sul-Americana, entre Racing e Cruzeiro , foi um sucesso no que diz respeito ao ambiente. Assunção, capital do Paraguai, recebeu uma invasão de argentinos e brasileiros, que superaram adversidades de logística e conviveram em harmonia na grande parte do tempo. + ? Clique aqui e siga o canal da torcida do Cruzeiro no WhatsApp! Mais notícias do Cruzeiro Torcedor do Cruzeiro tem camisa roubada e recebe presente de argentino Após vice do Cruzeiro, Fernando Diniz comenta sobre futuro: "Não vejo risco" Vários torcedores fizeram verdadeiras "peregrinações" para chegarem até o Paraguai. Fruto, também, de algo que é muito criticado em relação às finais únicas: valores de transporte e hospedagem. Em Assunção e região metropolitana, vários foram os casos de cancelamentos de hospedagem às vésperas do jogo, havendo cobrança muito maior para reativação da reserva. Os voos também aumentaram substancialmente de preço, desde a classificação dos times, e vários cruzeirenses, por exemplo, tiveram que fazer trajetos alternativos. Alguns torcedores brasileiros enfrentaram mais de 30 horas de carro ou ônibus, enquanto outros conseguiram voos, mas passando até por Peru e Bolívia, antes de chegarem ao Paraguai. Também houve muitos que combinaram meios terrestres ao aéreo para estarem em Assunção. As dificuldades também atingiram os argentinos, com muitos enfrentando quase 20 horas de carro ou escalas demoradas em aeroportos.
Desde a noite de quinta-feira, vários cruzeirenses tiveram ingressos cancelados pela Conmebol, de forma unilateral e sob alegação de segurança. O objetivo era evitar a presença de argentinos no setor do Cruzeiro , mas vários brasileiros foram prejudicados e só conseguiram resolver suas situações no perímetro do estádio, poucas horas antes do apito final. Mas, apesar dessas dificuldades, Assunção respirou a final da Sul-Americana do meio da semana em diante. Ruas, bares, shoppings e o museu da Conmebol viraram arquibancadas (assista no vídeo abaixo) . Ainda teve a "fan fest" promovida pela entidade, na sexta e no sábado, com ingressos esgotados. No geral, são poucos os relatos de problemas que envolveram a rivalidade entre argentinos e brasileiros – ainda é esperado um balanço oficial por parte das autoridades.
Na sexta, por exemplo, houve um furto de camisa do Cruzeiro , por um torcedor do Racing, na fan fest. Outro argentino fez questão de presentear o brasileiro com uma camisa do Racing em forma de pedido de desculpas. Outro ponto destacado por argentinos e brasileiros foi o tratamento das autoridades locais, mesmo quando chamadas para resolver problemas, como no momento em que reuniram caravanas do Cruzeiro em um local da entrada de Assunção, na manhã do dia do jogo. Os cruzeirenses receberam ajuda de torcedores do Olímpia, que doaram mantimentos, já que o local onde estavam não tinha estrutura de comércio.
Nas ruas, via-se provocações de lado a lado, cânticos das torcidas em um mesmo ambiente, mas sem reações agressivas. O mesmo aconteceu nos arredores do estádio, em ruas que contavam com presença de ambos. O policiamento pela cidade, inclusive, esteve reforçado ao longo da semana. Na entrada do estádio, houve reclamação da torcida do Cruzeiro pela não liberação do setor superior da arquibancada, que aconteceu somente após a lotação do inferior. Houve separação satisfatória das torcidas e clima amistoso no setor misto, onde havia muitos familiares e até pessoas do staff dos jogadores do Cruzeiro . Os argentinos se fizeram presentes em maior número, como já era esperado, mas houve lotação quase completa do setor destinado a cruzeirenses, com cerca de 12 mil ingressos vendidos. Muita festa, com arquibancada literalmente balançando. O clima só deu lugar às cobranças com as vaias para Walace e alguns xingamentos direcionados a Diniz, no intervalo da partida, com 2 a 0 para o Racing.