Isaías Tinoco e Luxemburgo trabalharam juntos no Flamengo
Se não houver uma reviravolta das boas, Isaías Tinoco pode ser oficializado nas próximas horas como novo diretor de futebol do Cruzeiro, ocupando a vaga deixada pelo bicampeão brasileiro Alexandre Mattos no fim de 2014. Mesmo demorando sete meses para encontrar “alguém de confiança”, o presidente Gilvan de Pinho Tavares deve apostar em um nome conhecido no cenário do futebol brasileiro, com títulos no currículo, mas também envolvido em diversas polêmicas.
Formado em Educação Física pela UFRJ, Tinoco iniciou sua carreira nas categorias de base do Flamengo no fim da década de 70. Trabalhou no Vasco nos anos 80. Retornou ao Flamengo no início dos anos 90 e fez novamente a ponte para o maior rival do clube, onde despontou no mercado ao se transformar em braço direito de Eurico Miranda na era em que o Vasco conquistou o Brasileirão em 1997 e a Libertadores no ano seguinte.
A primeira grande polêmica envolvendo o dirigente foi no famoso episódio do efeito suspensivo concedido a Edmundo na final do Brasileirão de 1997. Na época, o atacante do Vasco, pendurado com dois cartões, recebeu o terceiro amarelo na primeira partida da final contra o Palmeiras. Em seguida, forçou sua própria expulsão para abrir uma brecha de um efeito suspensivo, que logicamente foi conseguido pelo Vasco, e o atacante, principal jogador do campeonato, foi liberado para a grande final. A ideia engenhosa teria partido de Isaías Tinoco, então superintendente de futebol do clube, em informação confirmada pelo jogador Juninho Pernambucano, uma das testemunhas no julgamento. A manobra foi destacada pelo jornal Folha de São Paulo, em sua edição de 20/12/1997. Com dois empates em 0 a 0, o Vasco se tornou campeão por ter melhor campanha.
Nesta eterna vira-casaca em terras cariocas, Isaías retornou ao Flamengo nos anos 2000, onde trabalhou com nomes como Zico e o próprio Vanderlei Luxemburgo entre 2005 e 2012. O dirigente chegou a ser punido pelo clube no fim de 2011 depois de uma áspera discussão com o vice-presidente Luiz Augusto Veloso. Tinoco faltou a treinamentos e a uma viagem com a delegação para São Paulo, onde o Flamengo enfrentou o Tricolor paulista na época.
No início de 2013, Isaías Tinoco foi anunciado como homem forte do Guarani de Campinas, mas colecionou apenas vexames. Dentro de campo, o Bugre foi lanterna do Campeonato Paulista e rebaixado para a Série A2. Durante sua gestão, 44 jogadores chegaram a ser utilizados em apenas 19 partidas, num curto período de três meses. Entraram em campo nada menos que quatro goleiros, oito zagueiros, seis laterais, dez volantes, oito meias e oito atacantes.
Tinoco ainda se envolveu em uma polêmica com Gilnei Botrel, então delegado da Federação Paulista de Futebol (que acabou se tornando Tesoureiro da CBF), no dérbi contra a Ponte Preta. Momentos antes do início da partida, Isaías não enviou a relação de jogadores que iriam começar jogando nem os reservas dentro do prazo estipulado em regulamento (45 minutos antes do pontapé inicial).
Em seguida, o então diretor do Guarani apareceu com três listas diferentes, fato que deu início a uma discussão entre ele e o delegado Gilnei. Acompanhando de perto o entrevero, o quarto árbitro – Adriano de Assis Miranda – precisou intervir. Após a partida, Assis relatou em súmula que “precisou conter Isaías para que não houvesse uma agressão física”.
Julgado, Isaías Tinoco foi suspenso pelo Tribunal de Justiça Desportiva de SP por 90 dias e multado em R$ 20 mil. Semanas depois, teve a pena reduzida para 60 dias e multa para R$ 2 mil. Ainda assim, cabe a conta rápida: o jogo entre Guarani x Ponte Preta foi realizado no dia 26 de janeiro de 2013. Isaías foi punido no início de fevereiro. Após os 60 dias de punição, se desligou do Guarani, no mês de abril.
Como se não bastasse, Tinoco voltou ao Vasco no fim do ano passado a convite de seu amigo Eurico Miranda. Atualmente, coordena as categorias de base do clube ao lado de Álvaro Mirada, filho de Eurico. Em poucos meses, o dirigente viu seu nome e o do clube envolvido em nova polêmica.
Em matéria divulgada com exclusividade pelo portal ESPN.com.br em abril passado, foi noticiada a exclusão do Vasco da Gama na Copa Nike, importante torneio sub-15 realizado no Brasil. O motivo foi um boicote proposto pelos outros clubes participantes após acusação de aliciamento feita pelo Fluminense em relação ao seu ex-atleta Paulo Vitor, de 15 anos, que após alguns dias sumido do centro de treinamentos do Tricolor carioca teve seu nome registrado nos boletins da Federação Carioca e da própria CBF. A ação foi considerada pelo Fluminense uma espécie de manobra do Vasco junto à FERJ, que teria sido apenas mais um capítulo da briga pública entre a entidade e o time das Laranjeiras.
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