A campanha irregular da equipe na temporada está levando a torcida do Cruzeiro ao limite. Depois de ver o time nem chegar à final do Campeonato Mineiro, no qual foi eliminado pelo rival Atlético nas semifinais; cair diante do River Plate, em pleno Mineirão, nas quartas de final da Copa Libertadores; e claudicar no Campeonato Brasileiro, os torcedores estão em polvorosa. Pedem desde a contratação de reforços até a saída de dirigentes, passando por abertura das contas do programa de sócio-torcedor. Os mais exaltados defendem a renúncia do presidente Gilvan de Pinho Tavares.

Usando as redes sociais na internet, alguns se organizaram em grupos e lançaram manifestos contra a administração. A insatisfação extrapola o mundo virtual, como no empate por 1 a 1 com o Avaí, domingo, no Gigante da Pampulha, quando a torcida ofendeu o mandatário, jogadores e comissão técnica.

É sabido no clube que só uma sequência vitoriosa vai acalmar os ânimos. Por isso, a promessa é de mais empenho e capricho nos próximos jogos, a começar pelos compromissos fora de casa, contra São Paulo (domingo) e Sport (2 de agosto).

“A gente chama a torcida para o jogo atuando bem. Enquanto isso não acontece, os atletas vão ter de amadurecer, crescer no desconforto”, argumenta o técnico Vanderlei Luxemburgo, que não perde a esperança de uma campanha minimamente decente no Brasileiro e na Copa do Brasil, na qual o Cruzeiro e as outras equipes brasileiras que disputaram a Libertadores entrarão na próxima fase.

“Estamos chegando a um momento complicado, neste primeiro turno a sequência é bem ruim para o Cruzeiro. No segundo, melhora. Além disso, há jogadores que ainda estão se adaptando, como Marcos Vinícius, que fez a terceira partida como titular, e o Marinho, que acabou de chegar, e que tendem a crescer”, afirma o treinador.

Os jogadores também acreditam em dias melhores, ainda que o futebol apresentado na maioria das partidas deste ano não indique isso. Segundo eles, são nos momentos difíceis que a equipe mais precisa do apoio do torcedor, e não de cobranças, algumas consideradas exageradas.

“É difícil a gente explicar a situação, pois estamos vindo de duas temporadas extraordinárias. Nesta estamos mais ou menos, e é quando mais precisamos do apoio externo, o que não está ocorrendo. Vamos tentar juntar todos, atletas, dirigentes, comissão técnica, e somar os pontos. Se tivermos uma força externa, da torcida, ficaremos mais fortes”, destaca o experiente lateral-direito Ceará.

ALENTO O que pode dar novo ânimo ao time e aos torcedores é a volta do armador Alisson, que não atua desde 19 de abril, quando sofreu contusão muscular na coxa esquerda. Liberado pelo departamento médico, ele já vinha treinando fisicamente e esta semana deve voltar a trabalhar com os companheiros, devendo ser relacionado para encarar o São Paulo.

ESTRELADA...
De molho
Substituído ainda no primeiro tempo do empate por 1 a 1 com o Avaí, domingo, no Mineirão, o atacante Joel teve constatada ontem contusão muscular na coxa direita, depois de se submeter a exame de imagem. O clube celeste não informa prazo para recuperação de seus jogadores, mas o mínimo que o camaronês ficará fora é 15 dias, desfalcando a equipe no jogo com o São Paulo, no Morumbi. A expectativa agora é se ele terá condições de atuar contra o Sport, no Recife. O atacante Marquinhos, que não foi relacionado para enfrentar o time catarinense, tem proposta para deixar o Cruzeiro.