Vanderlei Luxemburgo não mostrou empolgação com a final da Copa América, realizada no último sábado. Após a vitória do Chile sobre a Argentina nos pênaltis, depois do empate sem gols no tempo regulamentar e na prorrogação, o atual treinador do Cruzeiro afirmou que não viu nada de moderno no que foi apresentado em campo pelas duas seleções.
- Não vi nada de novo dentro do campo de jogo, nada moderno. Vi um jogo muito intenso, mas com pouca qualidade. Não vimos nada diferente - analisou o técnico em sua participação no programa "Bem, Amigos!", nesta última segunda-feira.
Ao falar sobre a dinâmica do jogo, Luxa comparou o desempenho de Messi com o que foi vivido por Zico contra a Itália, na Copa do Mundo de 1982, e por Pelé, contra Portugal, no Mundial de 1966. De acordo com o comandante cruzeirense, a receita é velha.
- O Messi não teve liberdade para jogar, assim como fizeram com o Zico na Copa do Mundo contra a Itália e com o Pelé contra Portugal. Essa é a história do futebol. Vimos isso na final da Copa América. O Messi, como o melhor jogador da Argentina, estava sem espaço para pensar - completou.
Luxemburgo também analisou o momento do futebol brasileiro. Depois de ver a Seleção ser eliminada mais uma vez nas quartas de final da Copa América, o comandante acredita que o problema está no conceito do esporte no país.
- É bom que um clube tenha gestores para o futebol. Mas uma coisa é gerir o clube e outra é gerir o futebol, ver a essência do futebol. Temos que discutir essa essência: qual a filosofia dos clubes hoje, o que os clubes jogam - constatou.
O técnico ainda vê problema na identificação do torcedor brasileiro com os jogadores que defendem a Seleção. Luxemburgo desaprova, por exemplo, as precoces transferências dos atletas nacionais ao futebol europeu.
- Quando estava na Seleção, os jogadores pagavam do bolso para jogarem com a Seleção. Aqueles jogadores de 2002, todos ou quase todos fizeram sucesso no Brasil antes de ir embora - relembrou. "Existe uma impaciência muito grande com jogadores que não conhecemos. São titulares dos melhores clubes do mundo, mas nós temos resistência contra eles", completou Luxemburgo.
Luxemburgo minimizou as táticas apresentadas por Chile e Argentina na final da Copa América (Foto: Richard Souza)