28/6/2015 11:46
Páginas heroicas em festa para o talento
Torcida do Cruzeiro teve a oportunidade de rever em campo vários jogadores que fizeram história com a camisa celeste, na tarde de despedida de Alex, cérebro do time da Tríplice Coroa
Um dos técnicos do time de 2003 foi Luxemburgo
Não valeu título ou taça, mas a torcida cruzeirense fez a festa no Mineirão ontem à tarde, como em uma grande conquista. Afinal, o motivo era dos mais nobres: a despedida do craque Alex, que reuniu alguns jogadores celestes das últimas cinco décadas, sendo que alguns nem entraram em campo, mas fizeram questão de participar.
Foi um bom momento para matar a saudade para alguns e para ver em ação ídolos que já penduraram as chuteiras há algum tempo. Foi o que fez o engenheiro Marcus Pereira, de 44 anos, que foi com a mulher, os filhos, sobrinhos e cunhadas prestigiar um dos maiores camisas 10 da história da Raposa.
“Foi uma iniciativa muito boa, uma festa bonita para a gente matar saudade não só do Alex, mas também de jogadores como (o ex-atacante) Marcelo Ramos”, disse ele, que procurava ensinar aos filhos Felipe, de 9 anos, e Bernardo, de 5, quem eram alguns daqueles jogadores, muitos com físico que nem de longe os remetia a atletas. “Procuro falar para ele a importância dessas pessoas para a história do Cruzeiro.”Ele engrossa o coro dos que acreditam que Alex ainda poderia estar atuando profissionalmente. Afinal, a Raposa busca um armador e o camisa 10 poderia ser esse homem, apesar de ele próprio dizer que não tem mais condições físicas para jogar em alto nível.
Mas a festa começou antes do apito inicial. Houve homenagem a alguns presidentes do Cruzeiro e o craque tirou os moldes dos pés para o Hall da Fama do Mineirão. A cada jogador anunciado pelo sistema de som, o torcedor ia ao delírio. O ex-lateral-esquedo Sorín foi um dos mais ovacionados.
Mostrando respeito a quem veio antes dele, Alex fez questão de chamar Dirceu Lopes, camisa 10 do time campeão brasileiro em 1966, para dar o pontapé inicial. A iniciativa mais uma vez levantou a torcida, que aplaudiu Dirceu Lopes de pé. “É emocionante participar de uma festa desta. O Alex merece”, disse o Príncipe.Com a bola rolando, imperou o bom toque de bola. Se algumas silhuetas já não estão tão esbeltas quanto antes, a categoria segue a mesma. E coube ao atacante Aristizábal abrir o marcador da tarde festiva, colocando o time que conquistou a tríplice coroa em 2003 em vantagem. O também atacante Alex Mineiro, que jogou no clube nos anos 1990, empatou para os ídolos eternos pouco depois, levando a torcida a comemorar de novo.
O dono da festa fez o terceiro gol da partida, mostrando que não perdeu a categoria, tanto na primeira tentativa quanto na segunda. Com isso, ouviu mais uma vez os cruzeirenses gritando seu nome.
Com times quase todos alterados para a etapa final, a festa continuou em alto astral. Paulo Miranda fez 3 a 1 para a Tríplice Coroa, enquanto Carlos Alberto Seixas, que atuou na década de 1980, descontou de pênalti. Já no fim, Marcelo Ramos, quinto maior artilheiro da história do Cruzeiro, com 162 gols; Marcinho, que costumava substituir Alex em 2003; e Sandro, em um golaço por cobertura, fecharam a conta: 6 a 2, com todos saudando a torcida ao fim e se despedindo do maestro de 2003.
“Valeu a pena não só pela festa, mas para rever jogadores que marcaram história no Cruzeiro, desde a década de 1960”, afirmou Adílson Batista, para quem uma festa como a de ontem deveria ocorrer mais vezes. Ele, aliás, volta ao Mineirão na manhã de hoje, para enfrentar o Atlético, como técnico do Joinville.
IMPREVISTOS Nem mesmo alguns problemas atrapalharam a festa. Alguns torcedores reclamaram de dificuldades para entrar devido a queda no sistema por volta das 14h30, o que travou as catracas. Outros reclamaram não ter conseguido comprar um dos cinco mil copos alusivos à despedida de Alex, que foram vendidos a R$ 5 e se esgotaram rapidamente.
QUEM JOGOU?
Tríplice Coroa
Gomes; Maurinho, Cris, Marcelo Batatais e Leandro; Augusto Recife, Maldonado, Zinho e Alex; Deivid e Aristizábal
Técnicos: Vanderlei Luxemburgo e Paulo César Gusmão
Também atuaram: Artur, Ruy, Irineu, Sandro, Jardel, Paulo Miranda, Marcelo Ramos, Alex Alves, Marcinho, Kanu, Samuel Rosa (músico)
Cruzeiro de Todos os Tempos
Rodrigo Posso; Evanílson, Cláudio Caçapa, Cléber e Elivélton; Ricardinho, Tinga, Da Silva e Cleison; Alex Mineiro e Fábio Júnior
Técnico: Procópio
Também atuaram: Paulo César Borges, Balu, Célio Lúcio, Adílson Batista, Sorín, Reginaldo, Marcos Paulo, Marco Antônio Boiadeiro, Roberto Gaúcho, Mário Tilico, Paulinho McLaren, Carlinhos Sabiá, Fabinho, Edu Lima, Gélson Baresi, Carlos Alberto Seixas, Wilson Gottardo, Marcos Teixeira, Jean Carlo, Daniel, Douglas, Gomes, Róbson, Natal, Paulão, Marcelo Djian, Ricardo Pedalada, Aélson, Toninho Almeida, Careca e Macalé
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiros
Assistentes: Camila Junia Alves e Marconi Helbert Vieira
Pagantes: 24.735
Renda: R$ 558.265
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