Vanderlei prega calma para encaixar (Foto: Tayrane Corrêa)
De estranho a cúmplice. Um breve aperto de mão e poucas palavras trocadas. São 42 anos de diferença. Um já ganhou tudo no futebol brasileiro, enquanto o outro dá os primeiros passos neste mundo. Desde que retornou a Belo Horizonte, Vanderlei Luxemburgo mexeu muito com o time do Cruzeiro. No entanto, apenas duas semanas depois da chegada, o treinador teve o contato com Arrascaeta. O meia, que estava na disputa da Copa América com o Uruguai, é um dos destaques do elenco celeste. Mas, em seis meses de clube, ainda não mostrou uma regularidade. Separados, os dois tem potencial. Juntos, podem salvar o ano do Cruzeiro.

Luxemburgo sabe que Arrascaeta pode ser a peça que precisa para fechar o quebra-cabeça do Cruzeiro, na temporada. O treinador, assim como a torcida, sente a falta de um jogador driblador, inteligente, que possa desestabilizar a marcação dos times adversários. Mas, alto lá! Muita calma nesta hora. O comandante celeste pede calma como uruguaio. Afinal, ele é ainda é muito jovem.

Arrascaeta chegou em janeiro e ganhou, além da camisa 10 do Cruzeiro, a responsabilidade de ser o grande protagonista do time. Para Luxemburgo, um fardo e tanto para um garoto de 20 anos carregar.

- Foi dado ao Arrascaeta uma situação de responsabilidade para um menino que jogava em um clube pequeno, em um estádio que cabem 12 mil torcedores. Ele vem para cá, para o bicampeão brasileiro. ‘Toma a camisa, você é responsável pelo protagonismo dessa equipe’. Vai depender do que vou ver nos treinos dele. Eu não quero que seja passado a ele uma responsabilidade que é da equipe, não só dele, um garoto.

O primeiro encontro foi no treinamento desta sexta-feira. E Arrascaeta começou no time reserva. No segundo tempo do coletivo, Allano tirou o colete de titular e passou para o uruguaio. Indício que Luxemburgo pretende, sim, utilizar o meia entre os principais. O jogador é assumidamente tímido e a falta de intimidade com o novo treinador é natural. Junto com a intensificação da relação, vem a confiança mútua.

- Antes de mais nada, apresentar-se, saudar o técnico e aos poucos a forma que ele trabalha. O relacionamento é sempre bom para confiança, poder falar como ele se sente melhor e buscar a melhor maneira de jogar. Tenho que mostrar em campo para voltar ao time titular e tratar de estar bem no treinamento – explica Arrascaeta.


Arrascaeta treinou pela primeira vez com Luxemburgo nesta sexta (Foto: Maurício Paulucci)

O Cruzeiro foi eliminado na semifinal do Mineiro e deixou a Libertadores nas quartas de final, após uma dura derrota para o River Plate, no Mineirão. Restam o Brasileiro e a Copa do Brasil. O time celeste quer brigar pelos títulos, mas uma vaga na Libertadores de 2016, que pode ser conquistada nas duas competições nacionais, também pode ser um alento para os cruzeirenses.

O primeiro encontro foi rápido. O aperto de mão não foi suficiente para colocar Arrascaeta entre os titulares. O time que encara o Coritiba, no domingo, às 16h (de Brasília), pela nona rodada do Campeonato Brasileiro, vai com Allano no meio e o uruguaio, no banco.

- Ele chegou era duas horas da tarde. Me cumprimentou. Eu nem conhecia, a não ser de ver jogar pela qualidade. Vamos com calma. O time que vai começar jogando é o time que treinou (com Allano, sem Arrascaeta).