Luxemburgo não quer adversários à vontade no Mineirão (Foto: Washington Alves/Light Press)
Sabe aquele amigo que chega na sua casa, abre a geladeira, se serve e ainda pergunta o que tem para comer? Para muitos, isso é sinal de intimidade. Para Luxemburgo é falta de respeito, principalmente no futebol. Em uma temporada que o Cruzeiro tem números aquém aos dos últimos no Mineirão, o treinador quer que o time celeste volte a ser respeitado dentro do Gigante do Pampulha. Depois de bater o Flamengo em casa, o próximo desafio é neste domingo, contra a Chapecoense, às 11h (de Brasília), pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro.
Nesta temporada, em 13 jogos, são cinco vitórias, cinco empates e três derrotas, aproveitamento de 46% dentro do Mineirão. Em 2013, ano da reinauguração do estádio, foram só vitórias, 100% de aproveitamento, em 13 partidas. Ano passado, o time começou muito bem: nenhuma derrota. Em 13 jogos, quatro empates e nove triunfos, quase 80% de aproveitamento.
O treinador fez uma comparação. Ele quer a postura do time parecida com o comportamento do próprio Luxemburgo, em sua casa. O comandante disse que os times precisam temer o Cruzeiro dentro do Mineirão. Não pode chegar abrindo a geladeira.
- Em casa, quem manda é a gente. Nós não podemos perder o privilégio de jogar em casa. Na minha casa, minha visita pede licença para ir à minha geladeira pegar uma cerveja. Não vai entrar lá, abrir a porta. Tem que pedir licença. O adversário tem que saber que vai jogar fora de casa. Tem que respeitar. Não vai mexer na minha geladeira, nas minhas coisas. Isso se chama jogar em casa.
Para isso, o time precisa de um apoio especial: da torcida. No entanto, o Cruzeiro tem apenas o 12º melhor público do Campeonato Brasileiro, média de 10.228. Nos jogos da competição nacional, os cruzeirenses não têm conseguido ocupar nem um terço da capacidade como mandante. Curioso é que a média de público no Campeonato Mineiro foi muito maior, de 19.052. Outro dado interessante é que o time celeste costuma levar mais torcedores quando joga fora de casa, uma média de 12.747, como visitante.
Cruzeiro vai enfrentar a Chapecoense, no domingo, às 11h (de Brasília) no Mineirão (Foto: Washington Alves/Light Press)
Independentemente da quantidade de cruzeirenses no Mineirão, Luxa espera uma postura compreensiva dos torcedores.
- A proposta da Chapecoense vai ser marcar muito, e nós vamos ter a posse de bola. Eles (torcedores) sabem que vamos jogar contra uma equipe que vai se retrancar. Então, ele (torcedor) tem que ter paciência, incentivar durante os noventa minutos.
No entanto, o treinador celeste também quer mudar o panorama nas arquibancadas e elevar o Cruzeiro na tabela, também no ranking das torcidas. Para Luxemburgo, o jogo deste domingo, às 11h, é um prato cheio para que os cruzeirenses aproveitem o dia por inteiro.
- Esperamos um Mineirão cheio no domingo, o torcedor vai assistir o jogo e depois comer uma comida mais pesada, tomar uma cachacinha, um cervejinha ao longo da tarde. O torcedor é o nosso centroavante, não tem essa de ser o 12º jogador. Ele é o centroavante da equipe.
Apesar da ótima fase, com 100% de aproveitamento (vitórias sobre Flamengo, Atlético-MG e Vasco), o treinador mantém o discurso da cautela. Ele acredita que a Chapecoense deve jogar na retranca, o que vai exigir do Cruzeiro uma postura diferente dos últimos jogos.
- A tendência é que eles joguem retrancados, busquem o contra-ataque, apostem na bola parada, joguem por uma bola. Eles fazem um bom trabalho há muito tempo. Clube bem organizado, com estrutura, planejamento. Vai ser um jogo difícil.