15/6/2015 16:14
Fisiologistas indicam caminho de preparação do Cruzeiro para encarar jogo às 11h no Mineirão
Na próxima rodada do Brasileiro, Raposa recebe Chapecoense no horário da manhã
Luiz Martini /Superesportes
O Cruzeiro terá uma novidade na próxima rodada do Campeonato Brasileiro: jogar às 11h da manhã. O horário foi adotado pela CBF para algumas rodadas do Nacional e, pela primeira vez, o clube mineiro atuará nesta condição em 2015. A Raposa recebe a Chapecoense no Mineirão e busca sua quarta vitória seguida sob o comando de Vanderlei Luxemburgo.
A mudança não é uma simples modificação na rotina de jogadores e torcedores. Para os atletas, as condições de alimentação, sono e preparação física são alteradas. O Superesportes conversou com fisiologistas para entender os cuidados que devem ser tomados para atuar no horário.
O Palmeiras é um dos clubes do país com mais jogos às 11h em 2015 (fez dois pelo Paulista e um no Brasileiro). O fisiologista do da equipe, Alessandro Fromer, explicou as diferenças no sono e na alimentação dos jogadores.
“O atleta é orientado a dormir mais cedo, e o horário das refeições é antecipado na véspera do jogo. O ideal é dormir antes das 23h, para ter o descanso de oito horas e acordar às 7h. Outra coisa que orientamos é para evitar aparelhos eletrônicos antes de dormir. A incidência de luz de tablets e computadores reduz o sono”, disse Fromer, antes de completar sobre o que os atletas comem antes do jogo.
“O café da manhã é reforçado. No início, ficamos na dúvida de uma refeição elaborada e decidimos adicionar macarrão (carboidrato). A aceitação foi boa. Alguns atletas fizeram uma refeição próxima de almoço, com carboidratos e massas. Mas há geleias, pães e outros alimentos servidos pelo clube”, completou.
Para o ex-fisiologista do Cruzeiro, Emerson Silami, o jogador de futebol leva uma vantagem nesse horário da manhã em relação a outros esportistas.
“Na verdade, o futebol leva uma vantagem sobre os outros esportes. Normalmente, o treino é de dia para os jogos à noite. Os atletas já estão habituados a horários inusitados. Até a questão da América do Sul e dentro do próprio Brasil da diferença de fuso-horário também é um fator de adaptação. Ele já está submetido a um ritmo irregular”, afirmou.
De negativo, Silami aponta os reflexos da temperatura para as condições dos atletas durante o jogo. “O sol do meio-dia é o pior que tem. Um jogo que começa às 16h tem um primeiro tempo mais moroso, e cresce o ritmo no segundo tempo. É normal a pessoa se resguardar com o forte calor. Nesse caso, será sol quente o tempo inteiro na cabeça”, destacou.
O fisiologista do Cruzeiro, Eduardo Pimenta, está com a Seleção Sub-20 no Mundial disputado na Nova Zelândia e não pôde conceder entrevista.
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