8/6/2015 11:34
O retorno à ordem natural em seis passos
Com 633 jogos, Fábio se torna o jogador com maior número de presenças com a camisa celeste, ao lado de Zé Carlos. Toda glória!
Há épocas na história da humanidade em que a ordem natural das coisas é alterada por algum fenômeno estranho à natureza. Em termos de futebol, é como se o CAM vencesse uma Libertadores ou ficasse alguns jogos sem perder do Cruzeiro. Acredite, acontece! E foi assim que os atleticanos que durantes séculos sofreram no anonimato, sairam de suas tocas para atazanar a vida do cruzeirense, na onda do recente sucesso de seu time, um fenômeno que acontece a cada alinhamento de planetas.
O recente tabu, criado mais pela incapacidade do time do Marcelo de vencer do que pelos méritos do próprio time atleticano, deu ao recém-acordado torcedor atleticano a falsa sensação de que seu time se tornou grande e temido. Elegeu o Gigante da Pampulha seu salão de festas, apagando de sua memória seletiva o fato do Cruzeiro ser o maior vencedor de clássicos na era do Mineirão e, ainda mais grave, esquecendo do vergonhoso rebaixamento em 2005.
Não fosse tão presunçoso, o atleticano seria apenas aquele sujeito engraçado sofrendo bullying o tempo inteiro, despertando nos outros sentimentos positivos, como a compaixão e o sincero desejo por dias melhores. Mas como é arrogante, todo vacilo é comemorado com bastante dose de zueira, foguetório e tudo mais, pois merece cair de seu salto alto.
Assim como a taça do gelo, o tal tabu tão comemorado pelo atleticano não passava de uma farsa. Que tabu é esse que contabiliza um número absurdo de empates? E como explicar o campeonato mineiro vencido em cima do próprio CAM, bem no meio deste tabu? No clássico que acabou com mais essa farsa, destaco seis acontecimentos dignos de nota e que podem explicar nossa vitória:
1) Classico 666
O número seis virou carma do atleticano após ver seu time tremer e tomar de 6, em 2011. Por ironia do destino, o clássico no Horto ficou marcado pelo 6: 6ª rodada, dia 6, mês 6, às 6 e meia da noite.
2) Estrela do Luxa
O argumento do Luxa era símples: não era proibido ganhar no Horto. O Cruzeiro, de fato, não foi inferior ao rival em nenhum clássicos deste ano. Faltou apenas uma mudança de postura. E ela veio com uma preleção, símples mas eficaz. Méritos ao Luxa, que também mostrou estrela ao promover a entrada do Gabriel Xavier, autor do segundo gol celeste.
3) Fim da era Marcelo Oliveira
Em momento algum vi a contratação de outro treinador logo após a demissão do Marcelo Oliveira. Algo precisava ser feito... e para ontem! O senso de urgência se justifica com os rápidos resultados obtidos pelo Luxemburgo. Se o Marcelo continuasse no Cruzeiro até perder o clássico na sexta rodada, sem um treinador engatilhado para substitui-lo, teria sido pior, inclusive e especialmente para o próprio Marcelo.
4) Marca do Fábio
Não há jogador com mais jogos que o Fabio vestindo a camisa azul. O goleiro que carrega o ódio da torcida atleticana que o homenageou a cada tiro de meta com o vergonhoso grito de BICHA, consagrou-se como maior jogador celeste de todos os tempos, pelo menos em termos de presenças. A marca foi atingida com um belo resultado em campo.
5) Volta da torcida
A volta da torcida no Independência, após aquelas confusões em 2013, foi fundamental para a vitória. Imagine um estádio em silêncio e a torcida rival, em menor número, fazendo barulho e motivando os jogadores a dar 110% de si em campo. Uma sinergia que fez a diferença a favor do Cruzeiro.
6) Farsa da Massa
Quem esteve no Independência, pode comprovar. Além de cego, o Magelão é mudo. Exceto os gritos de BICHA endereçados ao Fábio, e o hino cantado em duas oportunidades, a massa ficou muda, observando seu time tomando uma sova do Cruzeiro. Muitos deixaram o estádio faltando alguns minutos para o fim do jogo. Lamentável!
975 visitas - Fonte: ESPN