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8/6/2015 10:01

As cartadas de Luxemburgo

Como o recém-chegado treinador conseguiu dar um nó tático em Levir Culpi e levar o Cruzeiro ao triunfo, quebrando tabu de quase dois anos sem vitória no clássico

As cartadas de Luxemburgo
"A coisa foi bem pensada. E deu certo. Se tivéssemos perdido, seria 'Luxa, você inventou"

O técnico Vanderlei Luxemburgo comandou apenas um treino, por cerca de uma hora e meia, na sexta-feira, para armar o Cruzeiro que derrotou o Atlético por 3 a 1, sábado, no Independência. Apresentado na quarta-feira pela manhã, ele dirigiu o time no mesmo dia, na vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo, no Mineirão. No dia seguinte, os titulares não foram para o campo na Toca da Raposa II. E restou apenas um período de preparação para o clássico, além de outros momentos de conversa com o grupo na concentração e nos vestiários.

Mesmo assim, não foi apenas a motivação psicológica que impulsionou o Cruzeiro para a vitória no clássico. Como o próprio Luxemburgo revelou após a partida no Independência, ele promoveu pequenas alterações táticas, que fizeram o time mostrar um futebol diferente de partidas anteriores, inclusive da de sua estreia contra o Flamengo. “Na sexta-feira, quando eu pedi para os jornalistas não entrarem no treino mais cedo, foi porque eu queria fazer umas mudanças na equipe. Então tudo que foi feito na partida foi treinado”, afirmou o treinador. “A coisa foi bem pensada. E deu certo. Se tivéssemos perdido, seria ‘Luxa, você inventou’”.

A única mudança técnica na escalação foi a entrada de Alisson no lugar de Gabriel Xavier – Henrique ficou de fora por contusão. “Sabemos as histórias do futebol mineiro. No clássico entre Atlético e Cruzeiro, sabemos que têm receio do Alisson, que pega a bola e parte para cima. O Alisson poderia puxar mais mano a mano”, disse Luxemburgo, ao explicar como segurou as descidas de Patric.

Já no jogo contra o Flamengo, o técnico celeste havia orientado os dois volantes a jogar mais pelo meio do campo, como ele gosta, situação reforçada no clássico, justamente porque o Atlético atuava com apenas um volante: “Botei os dois volantes nossos para inibir... Já que eles jogam com um volante só, os dois meias deles não poderiam jogar. Então, procuramos analisar o adversário que a gente conhece bem e os jogadores botaram em prática”.

Outra orientação importante do treinador foi quanto às bolas paradas. Ele mudou o posicionamento do goleiro Fábio para dificultar o levantamento das bolas na área celeste. “Junto com o Robertinho (treinador de goleiros), fiz o Fábio trabalhar onde a bola vai passar para fazer o adversário mudar a cobrança e dificultar as coisas”, explicou. “Estou chegando ao clube, mas vinha observando o futebol e sei como joga o Atlético.”

VELOCIDADE Na frente, Luxemburgo pediu que Marquinhos e Willian trocassem de posição: “Trocando o posicionamento do Marquinhos, deslocando o Willian para o centro, eu queria dar velocidade, já que os dois zagueiros do Atlético são altos. Então, por cima não vai. Eu queria velocidade, mudança de direção”.

Autor do belo gol que fechou o placar no sábado, Marquinhos reconheceu a importância das mudanças feitas pelo treinador recém-chegado à Toca. “O professor pediu para a gente marcar e jogar em cima, independentemente do resultado. Nosso time é de toque de bola, não podíamos recuar. A preleção dele foi sobre isso, não deixar de atacar e, graças a Deus, aproveitei a ótima bola do Leandro Damião e pude bater de primeira. Fui muito feliz na hora do chute”, comentou.

Agora, Luxemburgo terá uma semana para preparar o time para a partida de sábado, contra o Vasco, em São Januário, às 21h. Os jogadores se reapresentam esta tarde, na Toca II. Os armadores Gabriel Xavier (que deixou o campo contundido na coxa esquerda) e Alisson (que reclamou de dor muscular) serão avaliados pelos médicos. O volante Henrique, que não enfrentou o Atlético por causa de pancada no dorso do pé direito, deverá ser liberado para os treinos.


• As armas celestes

• Escalação de Alisson, para partir para cima da defesa atleticana e segurar o lado direito do adversário

• Manutenção dos dois volantes pelo meio do campo, para inibir a criação dos dois armadores atleticanos

• Inversão do posicionamento entre Marquinhos e Willian, para dar velocidade ao ataque celeste

• Mudança no posicionamento do goleiro Fábio nas bolas paradas, para dificultar as jogadas alvinegras

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