Luiz Martini /Superesportes

Ainda é cedo para dizer se o jogo entre Cruzeiro e River Plate baterá o recorde de público do novo Mineirão. Apelo não falta para o confronto sul-americano entre brasileiros e argentinos no encontro pelas quartas de final da Copa Libertadores, na próxima quarta-feira, às 22h. Mas dois fatores deixam a possibilidade mais distante: o contrato entre a Raposa e a Minas Arena, que, por exigência celeste, exige preço mais alto no setor comercializado pela concessionária, e ainda o espaço vazio de isolamento para a torcida visitante, por questões de segurança.

O Mineirão atingiu sua maior capacidade de lotação no jogo mais emblemático de sua história: a semifinal da Copa do Mundo de 2014, em que a Alemanha goleou o Brasil por 7 a 1. Ao todo, 58.141 torcedores pagaram ingresso no Gigante da Pampulha. Como em jogos do Mundial não havia separação de torcidas no estádio, e os bilhetes eram vendidos por um único organizador, a Fifa, a arena pôde contar com grande público.

Das 14 maiores bilheterias do estádio, as quatro primeiras foram na Copa do Mundo. Entre clubes, o recorde é de Cruzeiro x Grêmio, pelo Brasileiro de pontos corridos em 2013, com 56.854 torcedores. Na temporada atual, Atlético x Caldense é o jogo que levou mais pessoas à arena (53.772).

O torcedor do Cruzeiro promete lotar o estádio para empurrar o time às semifinais da Libertadores. Porém, o clube tem direito de venda de cerca de 54 mil ingressos. Os 8.160 restantes são da Minas Arena. O contrato firmado entre clube e administradora prevê que o setor nobre do Mineirão - que possui cerca de cinco mil lugares, fora outros espaços em áreas vips -, não pode ser negociado por valor inferior ao ingresso mais caro da bilheteria da Raposa, na média de R$ 120. Assim, é comum ver o clarão cinza das cadeiras na faixa central, nas imagens geradas pela televisão.

Outro freio para a chance de quebrar o recorde é a presença dos torcedores do River Plate. Por questões de segurança, a polícia isola um bloco de cadeiras entre a torcida da casa e os visitantes. A expectativa é que os fãs argentinos venham em bom número, do mesmo jeito que ocorreu com os cruzeirenses que estiveram em Buenos Aires no jogo de ida. Cerca de dois mil celestes se aventuraram no Monumental de Núñez.

Em outras oportunidades, o Cruzeiro conseguiu acertar com a Minas Arena a venda consignada dos lugares da concessionária. Mas, dessa vez, a empresa já começou a vender ingressos em seu site (com valores que vão de R$ 150 a R$ 280 – exceto para camarotes e setor vip), assim como o clube celeste. Logo, só um acordo de última hora permitiria que a "parceria" fosse adotada na próxima quarta-feira. A reportagem apurou que a direção celeste não considera essa chance imediata.

Confira os maiores públicos do "novo" Mineirão:

1º) Brasil 1 x 7 Alemanha – Copa do Mundo – 58.141
2º) Costa Rica 0 x 0 Inglaterra – Copa do Mundo – 57.823
3º) Brasil x Chile – Copa do Mundo – 57.714
4º) Argentina 1 x 0 Irã – Copa do Mundo – 57.698
5º) Brasil 2 x 1 Uruguai – Copa das Confederações - 57.483
6º) Colômbia 3 x 0 Grécia – Copa do Mundo – 57.174
7º) Cruzeiro 3 x 0 Grêmio – Campeonato Brasileiro 2013 - 56.854
8º) Bélgica 2 x 1 Argélia – Copa do Mundo – 56.800
9º) Cruzeiro 2 x 1 Goiás – Campeonato Brasileiro 2014 – 56.769
10º) Atlético 2 x 0 Olimpia – Final da Libertadores 2013 - 56.557
11º) Atlético 4 x 3 Lanús – Final da Recopa Sul-Americana 2014 – 54.786
12º) Atlético 0 x 0 Caldense – Final do Campeonato Mineiro de 2015 - 53.772
13º) Brasil 2 x 2 Chile – amistoso – 53.331
14º) Cruzeiro 2 x 1 Atlético – Campeonato Mineiro de 2013 (reabertura do Mineirão) - 52.989