O Cruzeiro deu um passo importante na busca pela classificação para as semifinais da Libertadores. O time celeste venceu o River Plate por 1 a 0, na Argentina (veja os melhores momentos acima), e joga, agora, por um empate, no Mineirão, para avançar. Satisfeito com o futebol apresentado pela equipe, o presidente da Raposa, Gilvan de Pinho Tavares, voltou a falar com a imprensa depois de um longo período de silêncio, após a eliminação para o Atlético-MG, nas semifinais do Campeonato Mineiro. Na ocasião, torcedores protestaram contra o dirigente, atirando comida contra o carro que o transportava.

Na próxima fase do torneio internacional, caso avance, a Raposa poderá mudar a lista de relacionados para a disputa. Com isso, o assunto sobre a possibilidade de o Cruzeiro trazer novos jogadores para a Libertadores, principalmente o tão cobrado meia, voltou à tona. Gilvan afirmou que o clube segue em busca de reforços. O mandatário ressaltou que as contratações serão muito bem pensadas e voltou a comentar a dificuldade de se encontrar o meio-campista.


- Nosso ano não se resume a esse momento da Libertadores. Estamos pensando em reforços desde o princípio da temporada. Sempre disse que, quando acharmos jogadores que se encaixem no nosso time, não vamos medir sacrifícios para trazê-los. O tal meia que a torcida sempre cobra e pede está difícil. A gente não acha disponível no Brasil. Trazer por trazer, não vamos fazer. Mas se acharmos, vamos contratar para reforçar o elenco, até porque o ano é longo. Estamos apenas em maio e temos jogos até o final do ano. Por várias vezes, vamos jogar quarta e domingo. Mais tarde, entramos na Copa do Brasil e temos que ter plantel para disputar tudo isso. O Cruzeiro sempre entra nas competições para vencer. Vamos nos reforçar cada vez mais – disse Gilvan.


Gilvan foi assediado pelos torcedores no desembarque da delegação (Foto: Tayrane Corrêa)

O presidente estrelado está bastante confiante, não apenas na classificação celeste para as semifinais da Libertadores, como também no título. Para Gilvan, do confronto entre Cruzeiro e River, sai o principal candidato a levantar a taça do torneio.

- Ganhar do River lá, não é fácil. Só nós, no continente, conseguimos ganhar de Boca e River, na Argentina. Isso mostra que nosso time está com cara de Libertadores, vimos isso também contra o São Paulo, no jogo de volta (das oitavas de final). Se a equipe seguir jogando com essa pegada e garra, tem tudo para chegar à final e nos dar, de novo, a alegria de comemorar um titulo dessa grandeza. Brinquei com meus filhos e amigo que dessa chave de Cruzeiro e River sairá o campeão da competição. Então, se confirmamos a classificação, temos muitas chances de conquistar a taça – avaliou o presidente.

Focado na busca pelo título continental, Gilvan adianta que o técnico Marcelo Oliveira deverá poupar peças para o duelo contra a Ponte Preta, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro, neste domingo, às 18h30 (de Brasília), no Mineirão. Além do foco no torneio internacional, o mandatário ressalta o calendário desgastante como um dos motivos para o treinador não utilizar os jogadores que atuaram contra o River Plate.

- Nós vamos conversar com o Marcelo, mas sei que ele já pensa dessa forma. Não só pelo fato de estarmos pensando na Libertadores, mas porque os atletas têm que se recuperar. Chegamos aqui na sexta-feira de manhã, os jogadores sem dormir, viemos direto, então temos que descansá-los. Alguns afastados estão voltando, como o Alisson e o Ceará, que estão quase recuperados, e estão precisando de atividade, podendo ser utilizados no domingo.

Quase um exemplo

Se a impressão deixada pela torcida do Boca Juniors no clássico contra o River Plate, na semana passada, foi muito ruim, a que fica da "hinchada millonaria" foi quase irretocável. Os torcedores do time argentino se portaram muito bem no estádio Monumental de Nuñez. Porém, alguns deles atacaram com pedras em dois ônibus que transportavam torcedores do Cruzeiro para o aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, chegando até a quebrar alguns vidros dos veículos. Gilvan lamentou o acontecido e aproveitou para pedir que a torcida da Raposa, no Mineirão, apoie o time com civilidade, para evitar problemas.

- A verdade é que fomos muito bem recebidos, mas na chegada ao aeroporto, na volta, alguns torcedores extrapolaram e quebraram dois ônibus com nossos torcedores. Mas, no estádio, não houve nenhuma agressão, nem comportamento menos digno da torcida do River. Então, temos que retribuir isso a eles, até porque a gente sabe que a Conmebol pune, se a torcida extrapolar. Peço aos cruzeirenses para fazerem como eles fizeram com a gente lá. Torcer, mas torcer com civilidade, para não nos atrapalhar.


Ônibus com torcedores da Raposa foram apedrejados, após a partida contra o River (Foto: GloboEsporte.com)

Além de elogiar o comportamento da torcida adversária, o presidente cinco estrelas aproveitou para alfinetar o rival argentino. Para Gilvan, a fama de carrasco do River amedrontou os torcedores portenhos, que não estavam tão eufóricos como de costume.

- Sentimos que a torcida deles estava com receio do nosso time. A televisão local divulgou, a semana inteira, que o Cruzeiro era carrasco dos times argentinos e eles não estavam com aquele entusiasmo habitual. Dentro de casa, nossa torcida tem que torcer com toda força e incentivar os nossos jogadores para que eles busquem a vitória.