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18/3/2015 15:56

Cruzeiro tem reencontro com passado na Venezuela, onde gloriosa história começou

Na Copa Libertadores de 1967, clube celeste fez sua primeira partida no exterior

Cruzeiro tem reencontro com passado na Venezuela, onde gloriosa história começou
Imagem rara de arquivo do Estado de Minas da primeira partida do Cruzeiro disputada no exterior

A viagem do Cruzeiro à Venezuela, onde enfrenta o Mineros, nesta quinta-feira, é um reencontro com o passado. As gloriosas “páginas heróicas imortais”, como bem exalta o hino celeste, tiveram os primeiros registros no longínquo ano de 1967, na capital venezuelana.

Naquela ocasião, o clube celeste fez sua primeira partida no exterior. Também foi a estreia em competições da Conmebol. Então atual campeão brasileiro (1966) e dono de um elenco recheado de craques, com Tostão, Dirceu Lopes, Evaldo e Natal, entre outros, o Cruzeiro era o único representante do Brasil na Copa Libertadores de 1967.

Como os recursos financeiros eram escassos, o Cruzeiro enfrentou logo de cara os dois clubes venezuelanos do grupo, com três dias de diferença entre um jogo e outro. Primeiro, o Deportivo Galicia (19/02/1967), depois o Deportivo Italia (22/02/1967). Em 1967, a Raposa era a favorita do Grupo 1 da competição internacional, que também contava com Universitario e Sport Boys do Peru.

Bem diferente dos dias atuais, o futebol ainda beirava o amadorismo. Quando chegou a Caracas, a delegação celeste ficou longe dos hotéis luxuosos. “Era tudo da forma mais simples possível, tudo muito restrito. Ficamos hospedados em hotéis simples, nada de cinco ou quatro estrelas”, relembra o ex-jogador Piazza, que ainda conserva lembranças daquela viagem.

Cruzeiro venceu o Deportivo Italia: 3 a 0

A primeira partida foi contra o Deportivo Galicia (a partir de 2005 o clube adotou outro nome: Galicia de Aragua), no dia 19 de fevereiro. As condições do Estádio Olímpico Universitario eram as piores possíveis. “O gramado era de dimensões pequenas. Recordo que parecia o campo do Renascença (clube amador da Grande BH), muito pequeno, um gramado horrível”, diz Piazza. “A gente teve muitas dificuldades de se adaptar. E esse jogo foi decidido somente no fim do segundo tempo”, acrescenta.

O Cruzeiro venceu o Galicia por 1 a 0, gol de Evaldo, aos 49 minutos do segundo tempo.

No dia 22, o adversário foi o Deportivo Italia. Desta vez, já acostumado ao gramado ruim, o clube celeste venceu por 3 a 0, com grande atuação de Tostão, autor de dois gols. O confronto foi marcado por um fato curioso: estudantes invadiram o campo para protestar a favor de uma universidade autônoma.

Assim, com dois triunfos, os primeiros passos do Cruzeiro no exterior foram animadores. Aquela competição, contudo, acabou vencida pelo Racing. A caminhada celeste continuou e hoje o clube é detentor de sete títulos da Conmebol (duas Copas Libertadores, duas Supercopas da Libertadores, uma Recopa, uma Copa Ouro e outra Copa Master), considerado um dos mais tradicionais e respeitados do continente.

Pulo em Lima

Como a Libertadores ainda era deficitária, o Cruzeiro precisou fazer um amistoso no Peru para custear a viagem de volta. “Nessa época, o Cruzeiro começou a fazer muitas excursões, assim como Botafogo e Santos. Era uma renda a mais, já que os clubes viviam só de bilheteria”, conta Piazza.

A Raposa enfrentou o Universitario, adversário do próprio grupo. Acabou perdendo por 1 a 0. O jogo serviu para conhecer o rival, que sucumbiu no Mineirão e empatou em casa.

1248 visitas - Fonte: Super Esportes




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