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13/3/2015 13:34

Um desafio a cada 90 minutos

'Aguardar um ano para qualquer atleta deslanchar soa como uma eternidade. E a cobrança recai diretamente sobre os treinadores'

Um desafio a cada 90 minutos
Se há uma palavra que não faz parte do vocabulário de qualquer torcedor é paciência. Não importa a cor da camisa, se o time é multicampeão ou vive jejum de títulos. Ele quer tudo para ontem: um time impecável, do primeiro ao último jogo da temporada, com todos os setores funcionando perfeitamente bem. Nesta ansiedade, acaba fazendo prejulgamentos. A verdade é que é difícil avaliar (para o bem ou para o mal) um jogador recém-chegado ou o trabalho de um treinador que apenas começa a montar a equipe. Só agora, com os times rompendo a barreira de 10 partidas no ano, é possível iniciar as análises sobre as escolhas dos técnicos e o potencial dos jogadores. E, mais uma vez, o cruzeirense Marcelo Oliveira parece largar na frente de seus colegas.

Marcelo começou 2015 praticamente do zero, com um grupo bastante modificado. Para ter uma ideia, do time-base campeão brasileiro no ano passado apenas quatro jogadores estavam à disposição nos primeiros jogos: o goleiro Fábio, o lateral-direito Mayke, o zagueiro Leo e o volante Henrique. Dentro desse processo de remontagem, o comandante celeste precisou testar novas formações, reajustar o estilo da equipe, encaixar os reforços e ainda aguardar quem estava fora de combate se recuperar.

Do primeiro amistoso do ano, contra o Londrina (derrota por 1 a 0) até a partida contra o Villa Nova (goleada por 4 a 0), na noite de quarta-feira, a Raposa entrou em campo 11 vezes e teve nada menos que nove escalações diferentes – apenas nos empates com Huracán (pela Libertadores) e Atlético (pelo Mineiro) a formação se repetiu. Ora para poupar atletas do desgaste, ora por opção técnica, Marcelo precisou se equilibrar entre suas escolhas e as críticas que surgiram por causa de um ou outro jogador que rendia abaixo do esperado.

Leandro Damião, por exemplo, só foi balançar as redes em sua quinta partida com a camisa azul, jejum que incomodou a torcida, ressentida pela saída de ídolos como Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart. A cada chute enviesado do novo camisa 9, o boliviano Marcelo Moreno ressuscitava nas lembranças dos cruzeirenses. As primeiras impressões deixadas por Marquinhos como titular também não foram lá muito positivas. A irregularidade do uruguaio De Arrascaeta deixou muita gente com o pé atras – seria ele aquilo tudo mesmo que mostrou atuando pelo Defensor? Até ter o prata da casa Alisson inteiro, Marcelo escalou Willian, que não se acertou no novo esquema e foi outro muito criticado. A isso se somam a necessidade de fazer os novos contratados entrarem em sintonia e todos os atletas ganharem preparo físico e ritmo de jogo. Uma equação que naturalmente só se acerta com o tempo.

E aí está outra palavra-chave que falta ao futebolês: tempo. Outro dia, ouvi um comentarista alemão falando sobre a instabilidade do atacante Lewandowski no Bayern de Munique. Ele ressaltou que também no Borussia Dortmund o polonês só foi se destacar a partir da segunda temporada, por isso, era necessário um pouco mais de paciência para o jogador se adaptar na equipe bávara. Essa frase ficou martelando na minha cabeça. Não existe a mesma condescendência em gramados brasileiros. Talvez por sermos mais passionais, algum efeito do sangue latino-americano. Fato é que aguardar um ano para qualquer atleta deslanchar soa como uma eternidade. E a cobrança recai diretamente sobre os treinadores.

Marcelo Oliveira completou 150 jogos à frente do Cruzeiro e é o técnico com melhor aproveitamento da história do clube (entre os que têm pelo menos 15 partidas), conforme matéria do repórter Gustavo Andrade, do portal Superesportes. Ele tem 71,3% dos pontos disputados, garantiu duas taças do Campeonato Brasileiro à galeria celeste e já mostrou que sabe arrumar um time. Os números de sua passagem pela Toca, por si só, já seriam suficientes para salvaguardar o comandante, garantir a ele uma espécie de indulto futebolístico. Mas a cada apito inicial, lá está Marcelo, desafiado a comprovar sua competência em novos 90 minutos. Pelo menos por enquanto, nesse duelo contra o relógio ele tem levado a melhor.

2085 visitas - Fonte: Superesportes.com.br




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