A vida nos Emirados Árabes é completamente diferente do dia a dia no Brasil: outra cultura, condições climáticas extremas e dificuldade com a língua. Mas o que Éverton Ribeiro não muda é a fala tranquila e a qualidade com a bola nos pés. Apresentado no Al Ahli no dia 2 de fevereiro, o meia completou o primeiro mês no exterior com gol marcado na estreia, cinco jogos, uma vitória, dois empates e duas derrotas, e novos pensamentos sobre o futebol no país. Em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com, o brasileiro admitiu que a adaptação não é fácil, mas o apoio dos companheiros é determinante para o crescimento dentro de campo.

- É diferente, tem menos espaço. A gente chega com uma visão que acabaria sendo mais fácil, mas é diferente. Está sendo uma experiência difícil, até pela língua, mas está sendo bom. Estou aprendendo bastante, o técnico é romeno, prioriza a parte tática, isso é bom, vou acrescentar muito no meu futebol. Eles me acolheram muito bem, confiam muito no meu futebol. Foi muito bom chegar e fazer um gol, me deu moral e tranquilidade para desempenhar meu futebol. O time está se reformulando, foi campeão ano passado, mas saíram jogadores importantes, chegaram novos. Ainda estamos procurando o melhor entrosamento possível. A Champions da Ásia começou, fizemos um grande jogo contra uma forte equipe da Arábia, vamos crescendo cada vez mais.

O momento da transferência para o mundo árabe foi favorável ao jogador de 25 anos em relação ao clima. O inverno nos Emirados não é rigoroso, e as temperaturas, segundo o próprio, são agradáveis, parecidas com as enfrentadas no Brasil. Quando o assunto é comida, outro ponto positivo para Dubai. Achar os itens essenciais para uma boa alimentação é tarefa fácil, exceto por um em especial: o feijão, que teve espaço reservado na bagagem.

- Aqui se fala muito inglês, eu já entendo bem, só tenho mais dificuldade na hora de poder me expressar. Mas dizem que isso pega com o dia a dia. Vou fazer aulas para me adaptar mais rápido. Está um clima bem gostoso, fazendo um calor igual no Brasil. Como estamos no inverno, a noite ainda faz 17, 18 graus, dá até pra sentir um friozinho, colocar uma blusa para dormir. Estou indo mais do treino para casa. Estou com minha esposa aqui, minha sogra veio ajudar nesse primeiro mês de adaptação. Então estou ainda conhecendo onde compram as coisas para casa para viver bem. A parte de comida é muito fácil de encontrar por aqui. Tem facilitado muito. A gente procura e encontra tudo no supermercado, carne, arroz, tudo que tem no Brasil. Só não encontra feijão, mas isso eu trouxe para cá para complementar a alimentação (risos).



Nesta quinta-feira, o foco de Éverton vai estar bem distante de Dubai. O jogador espera, ansioso, ouvir o nome na lista de convocados de Dunga para a seleção brasileira, que fará amistosos contra França e Chile, nos dias 26 e 29 de março, respectivamente.

- Sempre existe essa expectativa, desde a primeira convocação, na segunda também fiquei ansioso para ver se seria convocado. Agora não é diferente. Vou esperar e acompanhar como fiz nas últimas vezes. Se meu nome estiver na lista vou ficar muito feliz, estou me preparando para isso, chegar e ajudar a Seleção.

Outro desejo do camisa 8 do Al Ahli é reencontrar o amigo Ricardo Goulart, companheiro nos tempos de Cruzeiro, que recentemente trocou a Toca da Raposa pelo Guangzhou Evergrande, da China. Ambos foram chamados por Dunga para o Superclássico das Américas e o amistoso contra o Japão, em outubro, mas Goulart foi cortado por lesão.

- Vai ser legal (risos). Um reencontro para saber das novas experiências dele (Ricardo Goulart) por lá (na China), as novas amizades. Se formos convocados novamente, vai ser muito bom para ver como está sendo a vida dele por lá.

A convocação da seleção brasileira na próxima quinta-feira, às 10h (de Brasília), na sede da CBF, na Barra da Tijuca, será transmitida ao vivo pelo GloboEsporte.com.