Leandro Damião tem média de um gol por jogo no Mineiro
Foto: Daniel Oliveira/Agência 17 / Gazeta Press

Dois atacantes que já foram tidos como futuro da camisa 9 da Seleção Brasileira, atualmente, ocupam a artilharia de dois dos principais Estaduais do País. Boa notícia? Infelizmente, não é possível ter certeza. Alexandre Pato e Leandro Damião vivem grande fase no início de 2015 e prometem um ano bem melhor do que o que passou – especialmente no caso do cruzeirense –, mas a inconstância mostrada pela dupla nos últimos anos faz com que ainda seja cedo para cravar uma "vida nova" para os goleadores.


Pato vive grande fase no ataque do São Paulo
Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC / Divulgação


Desde que desembarcou no Brasil após uma passagem repleta de lesões musculares no Milan, Pato nunca se firmou como o atacante de qualidade incontestável que prometeu ser. Após chegar no começo de 2013 ao Corinthians por pouco mais de R$ 40 milhões – na época, a maior compra da história do futebol brasileiro –, o atacante sofreu para ser titular com Tite e caiu em desgraça com a torcida após perder com cavadinha o pênalti que confirmou a eliminação diante do Grêmio na Copa do Brasil.

Em fevereiro de 2014, deixou o Corinthians com apenas 17 gols marcados em 62 jogos e foi para o arquirrival São Paulo. No Morumbi, a falta de sequência voltou a incomodar e o jogador novamente demorou para engrenar, mas acabou fazendo um bom Campeonato Brasileiro: nove gols em 29 jogos, poucas lesões e a titularidade. O ótimo início de Paulista em 2015 tem números superiores ao Brasileiro de 2014 com a camisa do São Paulo (veja quadro abaixo), mas Pato precisa de mais para eliminar todas as desconfianças que ainda pairam sobre ele.



Já o caso de Damião é mais grave, por assim dizer. Centroavante clássico, daqueles de jogo aéreo forte e presença de área para desviar a bola para dentro, ele alcançou seu auge no Internacional em 2011, quando fez 14 gols no Brasileiro mesmo se lesionando em setembro. As temporadas seguintes foram de bem menos brilho, mas mesmo assim o Santos apostou R$ 42 milhões com a ajuda de um grupo de investidores para levar o camisa 9 à Vila Belmiro em 2014.

O resultado foi, para dizer o mínimo, péssimo. Sem se encontrar em campo, perdendo gols fáceis, em má fase técnica e criticado pela torcida, Damião foi um legítimo fiasco no Santos. A média de gols não foi ruim (11 em 44 jogos), mas pelo investimento feito, o jogador passou longe de compensar. O Cruzeiro resolveu dar mais uma chance ao atacante em 2015, e, até agora, tem dado certo – os números dele no Campeonato Mineiro também dão um banho nas estatísticas do Brasileiro de 2014.



Pato e Damião são relativamente jovens – ambos têm 25 anos – e ainda têm muito futebol pela frente para que suas carreiras sejam mais lembradas pelos grandes momentos do que pelos períodos difíceis. São Paulo e Cruzeiro apostam e dependem de seus artilheiros para esta temporada, e certamente o nível de dificuldade encontrado pelos dois vai subir quando os Estaduais derem lugar ao Campeonato Brasileiro. Mas no momento, mais do que os zagueiros rivais, o grande adversário da dupla é a irregularidade.