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6/2/2015 11:29

Os 12 trabalhos de Marcelo

Pedindo uma licença poética aos deuses, a situação leva a uma analogia com uma das histórias mais famosas da mitologia grega

Os 12 trabalhos de Marcelo
Dois títulos brasileiros em dois anos, projeção de jogadores e valorização da marca do clube. Olhando por esse viés, pode até parecer que as últimas temporadas foram um mar de tranquilidade para Marcelo Oliveira no Cruzeiro. Ledo engano. Nem só de aplausos viveu o treinador, que, mesmo formando time vencedor, viu seu trabalho ser posto em xeque nos momentos de instabilidade da equipe. Pois Marcelo que se prepare, pois 2015 dá pinta de ser ainda mais desafiante.

Novo cenário, com mais dificuldades ainda, se descortina. A profunda reformulação no grupo (consequência direta do trabalho bem feito por ele na Toca) vai cobrar a conta. Mais do que nunca, Marcelo será convocado a provar seu valor – como se já não tivesse feito isso. Em 2013, até viveu situação um pouco semelhante, iniciando tudo do zero na nova casa. A ideia era fazer uma temporada de preparação, para que os frutos fossem colhidos em 2014, mas a sintonia foi tamanha que o troféu apareceu logo no primeiro ano. Naquela ocasião, no entanto, justamente por causa das circunstâncias, a expectativa não era tão grande.

Pedindo uma licença poética aos deuses, a situação leva a analogia com uma das histórias mais famosas da mitologia grega. Os 12 meses de 2015 exigirão tanta destreza de Marcelo que podem ser comparados aos 12 trabalhos de Hércules, o semideus penitenciado a realizar proezas que seriam impossíveis a um reles mortal. Uma a uma, Hércules superou todas as provações, embora tivesse em seu encalço a deusa Hera, esposa legítima de Zeus, que perseguia o herói por vingança, já que ele nasceu de um “affair” do marido dela com Alcmena.

Os imbróglios dessa odisseia são muito bem detalhados pela literatura, e sugiro a leitura para quem gosta de se aventurar pelo mundo das letras, especialmente da mitologia. Voltemos, então, ao futebol, e, num exercício de criatividade, aos 12 trabalhos de Marcelo Oliveira nesta temporada.

1 – Homogeneidade física: diante da chegada de atletas em condições e origens tão diversas, o aspecto físico será um alicerce determinante na construção da nova equipe.

2 – Entrosamento: o Cruzeiro dos dois últimos anos jogava no piloto automático, e recolocar o time naquele nível de harmonia será um dos maiores desafios do treinador.

3 – Refazer a espinha dorsal: até a torcida saber de cor novamente a escalação vai demandar tempo, já que os primeiros jogos serão de testes e adaptações.

4 – Reencontrar um ponto de equilíbrio: as baixas, sobretudo de Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, tiraram a engrenagem do eixo, e Marcelo vai precisar ajustar todas as peças de novo.

5 – Voltar a mostrar o futebol ofensivo que fez do Cruzeiro o ataque mais positivo dos dois Brasileiros conquistados: o ponto de partida é encontrar o goleador. De antemão, muitos cruzeirenses torceram o nariz para Leandro Damião.

6 – Administrar potenciais insatisfações: conduzir de maneira pacífica a saída de jogadores que estão fora dos planos (como Dagoberto) ou não têm status de titular (Júlio Baptista, por exemplo).

7 – Impedir que a reformulação comprometa o início na Libertadores: com o time ainda em formação, os jogos da primeira fase, embora contra adversários tecnicamente inferiores, podem se tornar perigosas armadilhas.

8 – Lidar com a expectativa da torcida: depois da conquista do título brasileiro em duas temporadas consecutivas, é natural que os torcedores esperem a continuidade das campanhas vitoriosas. E as cobranças devem vir na mesma proporção.

9 – Assimilar as críticas: até conseguir fazer a equipe engrenar, Marcelo certamente será alvo de muita cobrança e terá de reagir com inteligência, para não se perder diante do brado dos insatisfeitos.

10 – Encontrar novo estilo de jogo: além de uma nova escalação, o técnico pode ter de buscar outro estilo para a equipe atuar, diante das características dos reforços, diferentes das dos titulares que saíram.

11 – Superar a pressão dos mata-matas: o estigma de que não sabe disputar competições nessa fórmula alimenta os questionamentos sobre o treinador.

12 – Achar o novo maestro da equipe: nos últimos dois anos, Éverton Ribeiro foi o cérebro e o coração do Cruzeiro. Sem esses dois órgãos, não há sistema que sobreviva.

1437 visitas - Fonte: Super Esportes




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