logo

5/2/2015 11:38

Desencontros em solo uruguaio

Desencontros em solo uruguaio
Nas décadas de 1970 e 1980, quando o calendário do futebol brasileiro não era organizado e havia muitas datas disponíveis, era comum os clubes fazerem longas excursões à América do Sul e à Europa. Em vários casos, no entanto, imperavam a falta de profissionalismo e a desorganização. Foi o que ocorreu na viagem do Cruzeiro ao Uruguai em janeiro e fevereiro de 1971.

O cronista Xico Antunes acompanhou a delegação celeste por alguns dias em Montevidéu e contou o que viu de perto, na edição de 1º de fevereiro do extinto Diário da Tarde. “Os empresários mandam em tudo. Juiz, violência, vitória e até tempo. O campeão e o vice, antes do começo da Copa Montevidéu, todo mundo já sabia”, relatou.

A partida contra o Peñarol, a primeira da excursão, foi um exemplo. Pela manhã, a partida estava marcada para as 19h30, no Estádio Centenário. Após o almoço, surgiu a notícia de que poderia ser adiada, por causa do mau tempo. Como não havia chuva, apenas frio, foi servido um jantar leve para os jogadores, mas, quando todos estavam no ônibus, apareceu o empresário Samuel Ratinoff confirmando o adiamento do confronto para o dia seguinte. Aí, sim, choveu muito, e o jogo somente foi disputado em 20 de janeiro.

Nos primeiros 15 dias na capital uruguaia, o Cruzeiro havia disputado quatro partidas e teria que fazer mais sete nos 20 dias restantes da excursão, conforme a programação inicial – na verdade, acabaram sendo apenas mais cinco. “A única coisa que se podia ter a certeza era de que o que estava programado, dado como absolutamente exato, não iria acontecer. De minuto a minuto, as coisas mudavam”, contou Xico Antunes.

DESORGANIZAÇÃO O Cruzeiro também enfrentava a ira da torcida uruguaia, ainda por causa da Copa do Mundo do México, no ano anterior, quando o Brasil eliminou a Celeste na semifinal, com goleada por 3 a 1. Nas duas primeiras partidas, a equipe dirigida por Ílton Chaves, que contava com Raul, Piazza, Zé Carlos, Dirceu Lopes e Tostão, perdeu para Peñarol (0 a 1) e San Lorenzo (1 a 2). Depois, goleou o Inter Bratislava (ESL) por 4 a 1 e empatou com o Nacional por 2 a 2, em 31 de janeiro, com gols de Dirceu Lopes e Zé Carlos. O time da casa marcou pela segunda vez no minuto final e, como planejado, decidiu o título do torneio com o rival Peñarol.

Na sequência, a Raposa enfrentaria o Vélez Sarsfield, também pela Copa Montevidéu, mas o Diário da Tarde, no dia 1º, trouxe uma informação curiosa: “Somente na manhã de hoje, Ratinoff define se o jogo com o Vélez Sarsfield, último do Cruzeiro pela Copa, será em Montevidéu ou em Buenos Aires”. No fim das contas, a partida foi disputada na capital argentina, no dia 6, e o time celeste goleou por 6 a 3.

1533 visitas - Fonte: Super Esportes




Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.

Brasileiro

Sex - 21:30 - Governador Magalhães Pinto -
X
Cruzeiro
Bahia

Brasileiro

Qui - 21:30 - do Maracanã
1 X 0
Fluminense
Cruzeiro