Alexandre Mattos contratou 44 jogadores durante sua gestão na Raposa

Depois de quase 33 meses como diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos se despede hoje do cargo ainda sem ter substituto. O presidente Gilvan de Pinho Tavares chegou a cogitar a possibilidade de assumir o papel, mas desistiu. Ele garante, no entanto, não ter pressa para encontrar alguém para exercer a função. Considerado certo no Palmeiras (onde, segundo a imprensa paulista, receberia R$ 90 mil mensais), Mattos ainda tem futuro incerto.

Durante o período em que trabalharam juntos – desde 5 de março de 2012 –, Gilvan e Mattos contrataram 44 jogadores, sendo que a maioria deixou o clube, foi emprestada ou devolvida a seus clubes de origem, quando contratada temporariamente. Mas houve também casos de sucesso, como o do lateral-direito Ceará, dos zagueiros Dedé, Bruno Rodrigo e Manoel, do lateral-esquerdo Egídio, dos volantes Nílton e Henrique, dos armadores Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart e dos atacantes Dagoberto e Willian, que, se não foram titulares absolutos, tiveram sua importância nas últimas campanhas da Raposa. Até mesmo quem foi devolvido, como o atacante Marcelo Moreno, se deu bem, sendo um dos artilheiros da equipe em 2014, com 24 gols, mesmo número de Goulart.

Os dois dirigentes mostraram entrosamento desde o início. Com o Cruzeiro fora até da final do Campeonato Mineiro e eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil nos primeiros meses de 2012, eles trataram de buscar reforços, ainda que a situação financeira não fosse tão boa quanto atualmente.

Mas a grande virada mesmo ocorreu a partir de 2013, quando chegaram os atletas que foram protagonistas nas campanhas dos dois últimos Campeonatos Brasileiros. Em alguns casos, houve indicação do técnico Marcelo Oliveira. Em outros, pesou mais a opinião de Gilvan. Na maior parte deles, Mattos foi fundamental, pois teve sempre o papel de convencer atletas, empresários e dirigentes de outros clubes, usando mais argumentos e planejamento do que dinheiro em diversas ocasiões.

A negociação com o atacante Leandro Damião foi uma delas. Cruzeiro e Santos ainda não confirmaram oficialmente, mas o empresário do jogador, Vinícius Prates, já bateu o martelo. E revelou: “O Cruzeiro tinha a concorrência de dois clubes, mas o Damião sempre se mostrou interessado em defender o Cruzeiro, pois há muito tempo o Alexandre Mattos tenta essa contratação. O Alexandre foi decisivo, passou muita confiança ao atleta”.

MÃO FORTE A saída do diretor de futebol, porém, não significa que o Cruzeiro perderá força na negociação de atletas. Prova disso é que para 2015 já acertou com o volante chileno Felipe Seymour, uma aposta de Gilvan, segundo o próprio Marcelo Oliveira.

O presidente também queria o uruguaio Kevin Méndez, de 18 anos, mas o Peñarol negociou o armador com um grupo de empresários, que pretende colocá-lo em um clube europeu. A negociação custou US$ 2 milhões (cerca de R$ 5,3 milhões).