Quis o destino que, após ser palco de duas incríveis viradas do Atlético-MG, o Mineirão sediasse justamente um jogo decisivo em que o Galo impediu o que poderia ser uma terceira reviravolta. Com a vantagem de 2 a 0 a seu favor, o time comandado por Levir Culpi abriu o placar, com Diego Tardelli, na derradeira partida. O placar de 1 a 0 persisitiu até o fim. E a diferença por dois gols era justamente a mesma que tinham Flamengo (na semifinal) e Corinthians (nas quartas de final), que acabaram eliminados pelos atleticanos com derrotas por 4 a 1 nessa mesma Copa do Brasil. Para Juliano Belletti, o time atual do Atlético-MG é mais equilibrado que o de 2013, quando comandado por Cuca conquistou a Taça Libertadores da América.

- Eu acho esse Atlético-MG atual mais equilibrado. O do Cuca, em alguns momentos do jogo perdia o controle. Esse dificilmente perde - compatou.

O comentarista também destacou a lógica de Levir por valorizar a marca de superação tradicional do Atlético-MG. Belletti ainda observou a questão do calendário ter sido mais espremido por conta da Copa do Mundo e da dificultade que isso acarretou ao Cruzeiro, que fez mais "finais" no Campeonato Brasileiro por ser o líder da competição.

- O Levir é um cara que usa muito a lógica no futebol. Ele chega em um clube que há uma atmosfera diferente com relação à superação. E não são um, dois ou três jogadores que vão nesse caminho. São todos. E o Marcelo falando com relação ao calendário, realmente prejudicou o Cruzeiro. Da mesma forma que o Atlético-MG teve tantos jogos quanto o time da Toca da Raposa. O Cruzeiro sempre jogou partidas decisivas, por estar em primeiro lugar no Campeonato Brasileiro. E em função da Copa do Mundo o calendário teve que ser mais estreito, mais corrido. Então realmente era mais difícil manter as duas competições no mesmo nível físico. O Atlético-MG tirou proveito disso - explicou.

Na primeira partida da decisão da Copa do Brasil, disputada no Independência, os gols foram de Dátolo e Luan. Porém, mais uma vez a marca de uma conquista do Atlético-MG foi a raça e a superação, muito pelo que aconteceu nas fases anteriores ante Fla e Timão. Belletti também destacou essa marca histórica do clube presente mais uma vez em um momento importante.

- Uma característica histórica desse clube, que consquita o título a sua maneira, com o futebol bonito, ofensivo. Mas na raça, na superação, como mostrou nas quartas de final, na semifinal e na final também. E não é um título só para o Tardelli de melhor jogador da competição. Acho que tem que valorizar também o trabalho do Luan, do Dátolo, fez uma excelente partida esta noite, chamou responsabilidade para segurar a bola e não perdê-la em momentos decisivos. O Atlético-MG foi campeão graças ao trabalho coletivo. Isso faz a diferença - disse.

A final da Copa do Brasil também ficou marcada por ter um fato novo na história da rivalidade mineira. O Mineirão, tradicional palco do confronto de extrema rivalidade, recebeu apenas pouco mais de 1.800 torcedores atleticanos, enquanto todo o restante eram de cruzeirenses. Belletti lembrou, no entanto, que o estádio também se caracterizou por ser palco de muitas voltas olímpicas do Galo ao longo da história.

- O Atlético-MG fez do Mineirão o seu lugar de dar muitas voltas olímpicas. Não é de hoje que isso acontece. Se sente muito bem no estádio. Diferente do Cruzeiro no Independência, por isso o Galo levou o jogo para lá, para realmente intimidar um pouco mais o adversário. E mais uma venceu o dono da casa - disse.