Dirceu Lopes e Humberto Ramos lamentam divisão do Mineirão nesta quarta (Foto: Reprodução SporTV)


Ídolos de Atlético-MG e Cruzeiro na década de 70, Dirceu Lopes e Humberto Ramos lamentaram o fato do Mineirão dos dois clubes não terem a mesma carga de ingressos para o duelo desta terça-feira, pela final da Copa do Brasil. Por questão de segurança, a Raposa, mandante da partida terá 90% dos cerca de 60 mil bilhetes, contra 10% do Galo. No primeiro duelo, disputado no Independência, o time celeste abriu mão da sua participação na venda. O SporTV transmite o clássico mineiro, às 22h (de Brasília), com narração de Luiz Carlos Júnior, comentários de Lédio Carmona e Belletti e reportagens Janaína Xavier, André Hernan e Josino Ribeiro.

Campeão brasileiro com o Atlético-MG em 1971 e acostumado a jogar o clássico com mais de 100 mil pessoas no Mineirão, Humberto Ramos garante que o duelo final da Copa do Brasil perde um pouco de sua magia por não ter o estádio dividido. O ex-jogador lamentou que a violência esteja presente no futebol.

- Para mim, futebol é espetáculo e não guerra. Os protagonistas são os jogadores, os coadjuvantes são os torcedores, que fazem o espetáculo, e a imprensa, que dá vida ao evento. Em um momento como esse, um momento inédito para o futebol mineiro, que é a decisão de uma Copa do Brasil, o Mineirão deveria estar lotado. O estádio com uma metade azul e outra de preto e branco. Hoje nós temos um futebol de uma torcida só (...). Isso aconteceu também no Independência, mas eu acho que quem determinou isso foi infeliz. Espetáculo deveria ser dividido. Aqui foi palco de Copa do Mundo, do Brasil e seria um grande momento para mostrar Belo Horizonte para o mundo. Infelizmente, por alguns vândalos, o espetáculo perde muito com isso.

Dirceu Lopes, campeão brasileiro com o Cruzeiro em 1966, lembra que no passado as questões de segurança não eram tão debatidas e que atualmente é algo muito importante.

- O Mineirão encolheu muito. No passado, Atlético-MG e Cruzeiro colocavam 120, 130 mil pessoas no estádio. A questão da segurança é muito importante. Mas precisamos lamentar essa questão da violência. O futebol e o esporte têm como finalidade unir os povos. Essa questão da violência nos deixa triste.

Com a vitória de 2 a 0 do Atlético-MG na primeira partida, o Cruzeiro precisa vencer o segundo duelo por três gols de diferença para ficar com o título. Se a Raposa repetir o placar, a decisão irá para os pênaltis. Qualquer empate dá o título para o Galo, que busca o seu primeiro troféu da competição. A equipe celeste já tem quatro conquistas da Copa do Brasil.