Marcelo Oliveira é jogado para o alto após título de domingo (Foto: Denilton Dias / Agência Estado)
Um já garantiu o bicampeonato brasileiro de forma consecutiva e sonha fechar o ano com a tríplice coroa pelo Cruzeiro. O outro está perto de vencer a Copa do Brasil, título inédito para o Atlético-MG, e fechar o ano com o futebol mais vistoso do país.
Estes são Marcelo Oliveira e Levir Culpi, comandantes dos arquirrivais mineiros. Além deste ponto em comum, os dois amigos têm outro, menos positivo: o contrato de ambos se encerra no fim deste ano, e as conversas pela renovação caminham lentamente.
A tendência é que os dois renovem, mas o tema não vem sendo tratado abertamente. No Cruzeiro, diretoria e treinador adotam discurso semelhante, de que é preciso manter o foco na reta final da temporada antes de fechar o acordo. Mas os dois lados se mostram satisfeitos.
- Eu não tenho preocupação com o Marcelo. Ele é hoje apontado como um dos melhores do Brasil. É radicado em Minas, é mineiro, gosta daqui, gostou do que o Cruzeiro ofereceu. Ele quer continuar e nós queremos continuar com ele. Vai chegar o momento certo de conversar, e eu tenho certeza que ele vai ficar - já afirmou o presidente Gilvan de Pinho Tavares.
Tudo aponta para este desfecho, mas Marcelo Oliveira sonha com uma valorização na casa dos 15%, que deve acontecer.
Atualmente, o salário gira em torno dos R$ 450 mil, divididos entre ele e sua comissão permanente, composta pelos auxiliares Tico e Argeu, além do preparador físico Juvenílson.
No Atlético-MG, a situação de Levir Culpi é parecida, mas conta com outros ingredientes. O técnico, amigo de Alexandre Kalil, praticamente atendeu a um apelo pessoal para ficar com o cargo de Paulo Autuori, ainda em abril. Levir aceitou, mas de início garantia que não tinha mais paciência para o trabalho no Brasil. Cobrança excessiva, muita pressão e pouco planejamento não o atraíam mais depois de sete anos de calmaria no Japão. Mas o passar do tempo e as reviravoltas emocionantes vividas pelo Galo fizeram o técnico se reanimar e afirmar aos quatro ventos que adora a forma como o esporte funciona no país, pelo menos na maioria de suas peculiaridades.
Levir Culpi e Marcelo Oliveira, técnicos de Atlético-MG e Cruzeiro (Foto: GloboEsporte.com)
A questão política no clube era outro empecilho, mas está praticamente superada. Kalil encerra seu ciclo como presidente no fim do ano, mas vai eleger seu sucessor, o atual vice-presidente Daniel Nepomuceno, que encabeça chapa única e já garantiu que deseja continuar com o treinador. Levir já disse que o acerto está próximo.
- Tenho conversado com os dirigentes sobre a possibilidade de sequência, mas não quero tirar o foco do momento decisivo. Há uma conversa. Não temos certeza do que vai acontecer, mas me sinto bem, respeitado por todos. Vai depender de umas conversas apenas - disse o treinador.
Entre os torcedores, a situação também é favorável. No Cruzeiro, Marcelo já conta com o apoio da arquibancada desde o ano passado, após um início de rejeição por seu passado atleticano. Levir, em sua quarta passagem pelo Galo, já superou as desconfianças do começo do trabalho e até os gritos de burro. E agora é ovacionado.