Torcedores do Cruzeiro serão maioria no 2º jogo da decisão da Copa do Brasil, no Mineirão (Foto:Minas Arena / Facebook)

A Polícia Militar realizou uma vistoria no Mineirão, na manhã desta quarta-feira, para avaliar as condições do setor roxo do estádio, que deve receber a torcida alvinegra no segundo confronto da decisão da Copa do Brasil, entre Cruzeiro e Atlético-MG, na próxima quarta-feira, dia 26. Depois da verificação do local, a PM vai se reunir com os clubes, na tarde de quinta-feira, para anunciar quantas pessoas podem ocupar a área sem representar riscos de segurança no dia da partida. Além da definição por parte da polícia sobre a quantidade de bilhetes aos visitantes, falta decidir também quando e onde serão comercializadas as entradas para a finalíssima no Mineirão.

- Eu designei uma comissão formada por quatro oficiais do policiamento especializado, que tem um prazo para me entregar esse parecer técnico até amanhã cedo. Nesta quinta, vou me reunir com os representantes dos clubes e do Corpo de Bombeiros para divulgarmos o laudo e tratarmos desse assunto - afirmou o coronel Ricardo Machado, chefe do comando de policiamento especializado do Batalhão de Eventos da PMMG.

Em reunião realizada na tarde da última terça-feira, na Federação Mineira de Futebol (FMF), Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro, clube mandante da partida, ofereceu 2.736 ingressos ao Atlético-MG, cerca de 4,5% da carga total de 60 mil ingressos previstos inicialmente. Segundo o dirigente, o objetivo foi “privilegiar” o adversário cedendo aos alvinegros parte do setor roxo, área vip do Gigante da Pampulha. No local, cada assento será vendido por R$ 1.000 (R$ 500, a meia-entrada).

- Fixamos esse preço porque a localização da torcida deles, no setor roxo, é um lugar privilegiado, o que podemos chamar de torcida vip – disse Gilvan de Pinho Tavares.

A direção da Raposa informa que os torcedores cruzeirenses, que não são associados ao clube, vão pagar o mesmo valor nas bilheterias por um assento naquela área. Para os sócios do time azul, as cadeiras do setor roxo já estão sendo vendidas, pela internet, como meia-entrada e com um desconto promocional de 30%, ou seja, R$ 350. A quantidade e os preços não agradaram os representantes do Atlético-MG, que prometem recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

- Nem a carga de ingressos e nem o valor são satisfatórios. Nosso departamento jurídico vai resolver essa situação – afirmou Adriana Branco, diretora-executiva do Galo.

O problema entre os rivais vem desde o clássico do dia 21 de setembro, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após incidentes envolvendo as duas torcidas no Mineirão que resultaram em punições de perda de mando de campo e multa aos dois clubes, impostas pelo STJD, declarações de ambos os presidentes deixaram subentendido que nos confrontos seguintes entre Atlético-MG e Cruzeiro não haveria mais torcedores das duas equipes.


No entanto, em reunião realizada cinco dias antes do primeiro jogo da final, o Atlético-MG, mandante do duelo, surpreendeu ao defender a presença das duas torcidas nos estádios. O Cruzeiro foi contra e depois cedeu, exigindo 2.300 ingressos (10% da capacidade do Independência). No entanto, uma vistoria da PM indicou que só deveriam ser vendidos 1.871 (cerca de 8%), por questões de segurança. A direção do Galo emitiu nota justificando as medidas e requisitando o depósito de cerca de R$ 600 mil para a liberação das entradas dos visitantes. A diretoria celeste considerou o ato como uma manobra e abriu mão dos ingressos.

No primeiro duelo, disputado no Independência, o Galo venceu o time celeste por 2 a 0. Com o resultado, a equipe alvinegra além de jogar pelo empate pode até perder por um gol de diferença ou até mesmo dois, desde que balançe as redes adversárias na partida de volta, para faturar o título inédito. O Cruzeiro, por sua vez, precisa devolver o placar do primeiro jogo para levar a decisão para a disputa de pênaltis, ou vencer por três gols de vantagem para chegar ao pentacampeonato da competição.