Ceará cita motivos para Mayke não ser culpado por gols em seu setor Foto:Tarcísio Badaró
Dos sete gols que o Cruzeiro levou do Atlético-MG nesta temporada, seis saíram de jogadas de bolas alçadas à área. Os dois gols da vitória alvinegra na final da Copa do Brasil, nessa quarta-feira, são bons exemplos, mas de algo que também ocorreu nas outras duas derrotas. O Cruzeiro ainda não conseguiu vencer o Atlético-MG em 2014, e tem sofrido com as jogadas aéreas, principalmente com as aparições dos atacantes alvinegros nas costas dos laterais.
Já foram seis clássicos neste ano. Os três primeiros terminaram empatados por 0 a 0. Os últimos três tiveram vitórias do Atlético-MG. A primeira delas foi no primeiro turno do Brasileiro, ocasião em que o Cruzeiro saiu na frente com Marcelo Moreno, mas tomou o empate com Marion, após cruzamento da direita, e a virada com André, de pênalti.
No segundo turno, o Galo voltou a vencer, desta vez por 3 a 2. Os três tentos foram oriundos de cruzamentos laterais.
Nessa quarta, pela primeira partida da decisão da Copa do Brasil mais dois, ambos com participação de Marcos Rocha, sendo o segundo depois de uma cobrança de lateral.Para o lateral-direito Ceará, a repetição dos gols atleticanos de forma semelhante representam a qualidade do adversário, mas deixam ver também pontos que precisam ser corrigidos no Cruzeiro.
- Depois de derrotas sempre há correções para serem feitas. É diferente quando há uma jogada individual, uma qualidade técnica que sobressaiu sobra a defesa, ou jogadas espetaculares. Não foi o caso. Até sofremos um gol que iniciou de um lateral do Marcos Rocha, o que já foi salientado. Às vezes um descuido acontece. Infelizmente, nos últimos clássicos, os detalhes negativos têm sido contra o Cruzeiro. Temos que tirar lições e melhorar.
Ceará não esteve em campo em nenhuma das três derrotas, mas pode falar com propriedade sobre a dificuldade cruzeirense e o caminho que o Atlético-MG tem encontrado para chegar aos gols nos clássicos. Um tipo de bola tem sido determinante: o cruzamento para atacantes posicionados do lado aposto. Dos seis gols sofridos pelo Cruzeiro, três deles, um cada derrota, foram de atleticanos baixos, nas costas do lateral-direito Mayke.
- O lateral tem essa função de compor a linha dos zagueiros quando a bola está na linha de fundo do lado contrário ao dele. Muitas vezes, ele está de costas para o atacante que joga aberto. Às vezes, ele não consegue ver o atacante, não consegue ficar com um olho na bola e outro no jogador. Assim, o atacante fica como um franco atirador. Se ele se antecipar e a bola não for nele, foi só mais uma jogada. Se for nele e o lateral não ver, a culpa vai ser do lateral. É muito difícil para o lateral. Ele está parado, e o atacante vem em velocidade. Às vezes acontecem esses lances, mas não atribua a falha ao lateral, seja ele quem for.
Atribua à esperteza do atacante, que às vezes são mais rápidos que os defensores.