12/11/2014 19:58
Flanelinha cruzeirense comemora lucro com final mineira
Flanelinha quer lucrar na final da Copa do Brasil
Foto: Marcellus Madureira Rodrigues de Oliveira - ME - Especial para o Terra
O clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, no Independência, na noite desta quarta-feira, às 22h (de Brasília), terá apenas torcedores atleticanos. Um, entretanto, salva os celestes. O flanelinha Marcos Vinicius, de 30 anos, está no estádio para fazer seu trabalho e comemora os lucros.
O trabalhador chegou cedo ao Independência. Em uma das ruas próximas ao gigante do Horto, ele parou e decidiu que ficaria para conseguir seu sustento. “É assim que consigo me virar, tenho meus filhos para criar, preciso disso e tem gente que não respeita”, lamentou.
Vinicius confirmou que em uma partida como a desta quarta-feira é possível conseguir lucrar cerca de R$ 150. “Eu faço o seguinte, eu pego metade antes e espero a metade no final. Não sei se o cara vai dar, dependendo do dia, se o time perde, fico só com a metade inicial, mas dependendo consigo levar meu dinheiro”, conta ele que depende do dinheiro para sustentar os três filhos pequenos e a esposa. Em jogos de menor porte, ele confirma que consegue ir embora com R$ 30.
Marcos disse que, quando não está cuidando dos carros, geralmente em jogos, ele trabalha também com obras, mas o que ajuda na renda são as partidas de futebol. “Eu torci para o Atlético-MG se classificar. É lógico, meu filho, assim ganho mais dinheiro no fim do mês”, comemorou.
Ele, no entanto, lamenta não ser um profissional da área e passar por discriminação quando está trabalhando. “É complicado. O ladrão vem e a Polícia vira a cara para o outro lado. A gente está fazendo o nosso trabalho e tem gente para não deixar. A gente tenta ser honesto”, lamentou.
Pouco antes de conversar com a reportagem do Terra, Marcos Vinicius estava com um torcedor atleticano pegando a primeira parte do dinheiro combinado. Como o motorista não tinha a nota trocada, eles foram até um bar para pegar uma nota mais baixa. Sem se identificar, o dono do veículo disse que não queria pagar.
“Eu não queria. Acho ruim pagar dinheiro com isso já que a gente paga tantos impostos. Mas a vaga que ele me arrumou, irmão, não tinha jeito”, completou sorrindo.
Em rápida conversa com o Terra, policiais militares falaram da prática ilegal e disse que os torcedores que se sentirem ameaçados precisam apenas qualquer PM para se livrar do problema.
1857 visitas - Fonte: Terra