Leandro Guerreiro: ''Aquele jogo contra o Atlético-MG foi o mais importante e emocionante da minha carreira'' (Getty Images)

Atlético-MG e Cruzeiro começam a decidir nesta quarta-feira (12 de novembro), no estádio Independência, a disputa pelo título da Copa do Brasil. Na preparação para o clássico mineiro, o FOXSports.com.br entrevistou o volante Leandro Guerreiro, atualmente no América-MG, e que participou da maior goleada da Raposa sobre o rival: 6 a 1, na última rodada do Brasileirão de 2011, marcando um dos gols da partida.

Acompanhe o depoimento de Leandro Guerreiro ao FOXSports:

“Aquele jogo contra o Atlético-MG foi o mais importante e emocionante da minha carreira. Nós sabíamos que se acontecesse o pior (rebaixamento), ficaríamos marcados para o resto de nossas carreiras. Então acabou sendo uma partida muito tensa. Mas ele, sem dúvida, ficará marcado para sempre.

Nunca passou pela nossa cabeça que conseguiríamos uma vitória tão expressiva como essa. Mas estávamos muito focados e concentrados para a partida. A preleção do Vagner Mancini, que é um cara que admiro muito, foi muito tranquila, sempre nos dando moral e nos passando confiança de que poderíamos vencer aquela partida. Claro que ninguém esperava que fosse da maneira que acabou sendo, com uma larga vantagem. Nosso pensamento era vencer o jogo, nem que fosse por 1 a 0, que já era o suficiente para nós escaparmos do rebaixamento. Só pensávamos em vencer de qualquer maneira.

Não conseguimos relaxar nem quando o Roger fez o primeiro gol (aos 9 minutos do primeiro tempo). Sabíamos que não poderíamos sequer empatar aquela partida. Mas quando os outros gols começaram a sair, o peso que a gente tinha nas costas foi embora e o jogo flui melhor.

Quando marquei o meu gol (segundo da partida, aproveitando cruzamento de Roger), caí no choro. Aquilo foi praticamente um desabafo. Eu estava passando por um momento pessoal muito difícil. Na véspera da partida, minha esposa tinha perdido um filho ainda na gravidez e meu sogro morreu. Parecia que tudo estava contra. Daí quando fiz aquele gol, veio um filme na minha cabeça. Foi um desabafo, além de uma alegria muito grande por poder participar de um jogo tão especial para a minha carreira. Não posso calcular o peso que saiu das minhas coisas, mas que foi grande, foi.

Depois que saiu o quarto gol (no último lance do primeiro tempo), achei até que aquilo tudo fosse mentira. Nós não acreditávamos no que estava acontecendo. A ficha só foi cair depois da partida, quando percebemos o peso enorme que tínhamos tirado das costas.

Depois de tanto tempo, eu só posso agradecer por ter vivido aquela situação. Claro que ninguém deseja passar por aquilo, mas são nos piores momentos que aprendemos as maiores lições”.