12/11/2014 13:51
Éverton Ribeiro, canhoto da vez, usa regularidade para buscar feito de Alex
Com participação em 78 gols, ídolo tem números impressionantes na Tríplice Coroa de 2003. Meia faz menos gols que em 2013, mas ainda decide nas assistências
Alex leva vantagem em números absolutos, mas Éverton Ribeiro mantém time no topo pelo segunda temporada seguida
O torcedor do Cruzeiro já está acostumado: o sonho da Tríplice Coroa está diretamente relacionado ao talento de uma perna esquerda. Foi assim em 2003. É assim novamente em 2014. Se, com estatísticas assustadoras, Alex foi o grande condutor da equipe que levou estadual, Copa do Brasil e Brasileirão 11 anos atrás, é na canhotinha de Éverton Ribeiro que está depositada boa parte das fichas da Raposa na repetição do feito. Os números apontam que o time atual chega para decisão da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG, nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), no Independência, menos refém de seu craque, que, por sua vez, demonstra constância que faltou ao ídolo do passado.
Alex chegou ao auge da carreira com 26 anos e teve participação em impressionantes 78 gols em 61 jogos em 2003. Cérebro do time de Vanderlei Luxemburgo, o camisa 10 foi o garçom perfeito para os companheiros com 40 assistências, mas não se privava de decidir também balançando as redes. Mesmo atuando como meia e com atacantes do nível de Deivid, Aristizábal e Mota para servir, o craque deixou sua marca em 38 oportunidades, com muitas pinturas, dois hat-tricks e até cinco gols no jogo que fechou a temporada dourada, diante do Bahia. O brilho, por sua vez, não se repetiu no ano seguinte, e ele se despediu da Toca com 121 partidas, 64 gols e 61 assistências.
Com 25 anos, Éverton Ribeiro não tem marcas tão avassaladoras, mas tem a seu favor uma maior consistência. Melhor jogador do título do Brasileirão do ano passado, o meia mantém a boa fase em 2014 e lidera o ranking de assistências do Brasileirão - empatado com Conca, do Flu, com 10, em menos partidas disputadas. Somando Libertadores, Estadual e Copa do Brasil, são 18 passes decisivos, número que já superou os 15 de 2013. O faro artilheiro, porém, diminuiu: seis gols na busca pela Tríplice Coroa contra 15 na temporada de maior brilho na carreira até o momento.
Municiado pelos dois armadores ao longo da carreira, o ex-atacante Deivid falou sobre as características da dupla e não teve dúvida ao afirmar: Alex é mais completo e decisivo. Apesar da opinião, o auxiliar técnico de Vanderlei Luxemburgo no Flamengo ressaltou a importância de Éverton Ribeiro para engrenagem montada por Marcelo Oliveira no Cruzeiro atual. Para comprovar isso, lembrou a queda de rendimento da Raposa no período em que o meia esteve a serviço da seleção brasileira.
- Peguei o Éverton em fase de crescimento no Coritiba. É um jogador muito bom, mas é diferente. Ele é armador; o Alex também é finalizador, bota o atacante na cara do gol e faz gol, além de que ter bola parada, que é meio gol. Acho o Alex mais completo. Mas o Éverton é um jogador extraordinário. Quando ele não joga, o Cruzeiro se comporta de uma maneira diferente. É nítido que sente falta da habilidade, condução de bola...
Mesmo dez anos mais velho e na temporada de aposentadoria, Alex ainda apresenta números que vão ao encontro da definição de Deivid. Com seis gols e cinco assistências, é o condutor da esperança do Coritiba na luta contra o rebaixamento e inspira os mais jovens. Entre eles, o próprio Éverton Ribeiro, conforme revelou ao jornal "O Tempo" antes do confronto pela 24ª rodada do Brasileirão.
- O Alex é um ídolo, e o tenho como inspiração desde o início da minha carreira.
Inspiração colorida em tons de azul e que está a sete partidas de voltar a ter contornos triplamente dourados. Seja no poder de decisão de Alex ou na regularidade de Éverton Ribeiro, a história está aí para provar: a ambição de tríplice coroa celeste passa diretamente por uma canhotinha.
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