Jefferson e Karen acompanharão o jogão desta noite separados. 'Namoro, namoro, times à parte', diz ele
Protagonistas de clássicos memoráveis, Atlético e Cruzeiro arrebatam corações, dentro e fora dos estádios. E na inédita decisão da Copa do Brasil, a tradicional rivalidade não poderia ficar de fora, mexendo até com quem divide o mesmo teto e, por que não, o amor. Quando a bola rolar no Independência, a paixão pelas cores dos clubes vai deixar em lados opostos pais e filhos, casais de namorados e grupos de amigos.
A separação, ainda que momentânea, é regada a muita brincadeira. “Para assistir a um clássico juntos, tem de manter a calma. Mas a gente consegue conciliar bem. Ele é torcedor do Cruzeiro desde pequeno, a família é toda cruzeirense. Eu nasci atleticana e aqui em casa somos todos alvinegros. Então, são paixões que a gente tem de separar”, diz a analista de marketing Karen Almeida, de 33 anos, que há dois namora o assistente de vendas Jefferson Santos, de 28.
Segundo Karen, as diferenças clubísticas devem fazer com que eles não assistam juntos ao primeiro jogo da final, esta noite. E ela garante que ficará feliz independentemente de quem levantar a taça. Tudo pelo futebol mineiro – ou será pelo amor? “Foi muito bom os dois times chegarem à decisão. Acho que os atleticanos queriam o Cruzeiro na final para dar mais emoção. E vice-versa”, brinca a torcedora, cuja admiração pelo Galo vem do pai, Humberto, que a levava ao estádio quando criança.
Jefferson ressalta que a relação futebolística é pautada pelo respeito. Mas admite: “Sempre tem a rivalidade. A gente brinca e tira sarro um com o outro. Quando assisto a jogos na casa dela, ou ela vê clássicos com a minha família, ninguém perdoa”, revela ele. Ele reconhece que o clima se acirrou um pouco com a histórica decisão da Copa do Brasil. “Como se diz, namoro, namoro, times à parte”, ressalta.
ENTRETENIMENTO A divergência clubística também separa a bancária Ana Luiza Brandão, de 24 anos, e o pai, o também bancário Adair Brandão, de 55. Ana é atleticana e Adair, cruzeirense. Motivo para boas risadas quando a numerosa família – composta ainda de torcedores do América – se reúne em BH. “Futebol, para mim, é entretenimento. Quem me influenciou foi mais o meu namorado, que começou a me levar no estádio. A influência de casa mesmo veio de uma cachorrinha que tinha quando criança. Um primo deu uma roupinha do Atlético para ela e ficou a paixão”, conta Ana.
Para Adair, a paixão por um clube diferente de um parente é um mero detalhe. “A gente lida com isso muito bem. Como minha mulher não liga para futebol, eu e Ana assistimos às partidas juntos. O respeito é muito grande e somos acostumados à diversidade.”
Para a Copa do Brasil, inclusive, já há programação definida na casa dele. “Vamos assistir às duas partidas em casa. Damos muito certo e não tem nada de apelativo. Costumo brincar que o Cruzeiro joga por obrigação e o Atlético, na raça”, ironiza Adair.
Ana Luiza e o pai divergem sobre a preferência clubística, mas respeitam a escolha de cada um