O histórico clássico entre Atlético e Cruzeiro hoje, pela final da Copa do Brasil, às 22h, no Independência, colocará frente a frente dois especialistas no torneio mata-mata. O técnico alvinegro, Levir Culpi, está em sua quarta decisão e pode levantar a taça pela segunda vez. Já Marcelo Oliveira, comandante celeste, disputará a terceira final da carreira e persegue o primeiro título.

As três decisões do treinador do Galo tiveram desfecho dramático – e certamente Levir não espera roteiro diferente desta vez. Curiosamente, seu único título da competição foi conquistado quando ele dirigia a Raposa, em 1996. Na ocasião, o Cruzeiro virou o confronto com o Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo no Parque Antártica, com gol de Marcelo Ramos aos 38 do segundo tempo da segunda partida, e venceu por 2 a 1. O jogo de ida, no Mineirão, havia terminado 1 a 1.

Dois anos depois, em 1998, o Palmeiras, então comandado por Luiz Felipe Scolari, foi à forra. O Cruzeiro de Levir até ganhou o confronto de ida em BH (1 a 0). Mas Oseas afastou a possibilidade de pênaltis no apagar das luzes no Morumbi, ao deixar sua marca aos 44 minutos do segundo tempo, assegurando o triunfo paulista por 2 a 0.

Em 2000, Levir, técnico do São Paulo, viu o tricolor perder a taça para a Raposa do demitido Marco Aurélio (horas antes do duelo final, no Mineirão, a diretoria azul deixou escapar que já acertara com Felipão) depois que Geovanni fez 2 a 1 aos 45min do segundo tempo, em cobrança de falta. “Esse jogo contra o Cruzeiro será histórico, uma situação muito interessante pelo fato de ser a primeira vez que decidem a Copa do Brasil”, conta Levir.

COXA Já Marcelo Oliveira chegou a duas decisões da Copa do Brasil como técnico do Coritiba. Foi no Coxa, inclusive, que o comandante ganhou projeção nacional, sendo convidado a assumir o Vasco – para o qual perdeu seu primeiro troféu, em 2011. Na ocasião, Alecsandro assegurou a vitória cruz-maltina por 1 a 0 no primeiro jogo, em São Januário. Na volta, os 3 a 2 para o time de Marcelo Oliveira, no Couto Pereira, foram insuficientes para o título.

Na temporada seguinte, o Coritiba chegaria mais uma vez à decisão, mas contra o Palmeiras – outra vez comandado por Felipão. Os paulistas venceram na ida por 2 a 0, na Arena Barueri, e foram com vantagem significativa para o jogo de volta, no Couto Pereira. Bastou o empate por 1 a 1 para os palmeirenses impedirem que Marcelo comemorasse. A terceira tentativa, por ironia do destino, será numa decisão contra o clube que o revelou como jogador e onde começou a trabalhar como treinador. “A final de agora tem semelhança com as outras. Mas não há como negar que tem proporção ainda maior. Em todo lugar, só se fala isso, o que valoriza ainda mais se conquistarmos o título”, destaca Marcelo.

A DUPLA EM FINAIS

Levir Culpi

1996
Dia Jogo Estádio Gols
14/6 Cruzeiro1 x 1 Palmeiras Mineirão Cláudio 11 do 1º e Marcelo Ramos 16 do 2º
19/6 Palmeiras 1 x 2 Cruzeiro* Pq. Antártica Luizão 5 e Roberto Gaúcho 25 do 1º; Marcelo Ramos 38 do 2º

1998
26/5 Cruzeiro 1 x 0 Palmeiras Mineirão Fábio Júnior 26 do 1º
30/5 Palmeiras* 2 x 0 Cruzeiro Morumbi Paulo Nunes 12 do 1º e Oséas 44 do 2º

2000
5/7 São Paulo 0 x 0 Cruzeiro Morumbi
9/7 Cruzeiro* 2 x 1 São Paulo Mineirão Marcelinho Paraíba 20 e Fábio Júnior 35 do 1º; Geovanni 45 do 2º

Marcelo Oliveira

2011
1/6 Vasco 1 x 0 Coritiba São Januário Alecsandro 6 do 2º
8/6 Coritiba 3 x 2 Vasco* Couto Pereira Alecsandro 12, Bill 29 e Davi 44’ do 1º; Éder Luís 12 e Willian 21 do 2º

2012
5/7 Palmeiras 2 x 0 Coritiba Arena Barueri Valdívia 48 do 1º e Thiago Heleno 19 do 2º
11/7 Coritiba 1 x 1 Palmeiras* Couto Pereira Ayrton 16 e Betinho 20 do 2º
(*) Campeão