Atlético MG x Cruzeiro: clássico em campo e fora dele

O primeiro jogo da final da Copa do Brasil acontecerá já nesta quarta-feira com torcida única do Atlético-MG, mas a briga pelos ingressos ainda deve ir longe. O Cruzeiro já avisou que quer ver o rival punido pela confusão, e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) espera uma denúncia para analisar o caso e pensar em sanções.

"O Cruzeiro quer que prevaleça o regulamento. A gente entende que o regulamento é muito claro. Infelizmente ele não foi cumprido. Tomara que a CBF tome providências com aquilo que foi feito, e muito mal feito, diga-se de passagem. O Cruzeiro historicamente é um clube organizado, que vem de administrações honrosas. O Cruzeiro tem o direito de cumprir o regulamento e exige que os adversários cumpram", disse Alexandre Mattos, diretor de futebol cruzeirense, em entrevista ao Bate-Bola.

A confusão toda se deu por conta do número de ingressos destinados ao Cruzeiro. O clube celeste pleiteava - e diz ter recebido a promessa de receber - 2.331 ingressos, ou 10% da capacidade total do estádio Independência. Uma reunião da Polícia Militar, porém, determinou que a carga seria menor: 1.871, ou pouco mais de 8% das entradas disponíveis.

O problema é que isso fere o Regulamento Geral de Competições da CBF. O artigo 86 da legislação diz o seguinte:

"O clube visitante terá o direito de adquirir a quantidade máxima de ingressos correspondente a 10% da capacidade do estádio ou da capacidade permitida pelos órgãos de segurança, desde que se manifeste em até três dias úteis antes da realização da partida, através de ofício dirigido ao clube mandante, necessariamente com cópia às Federações envolvidas e à DCO"

Mais do que isso, a decisão também fere o Estatuto do Torcedor, que diz no artigo 20:

"É direito do torcedor partícipe que os ingressos para as partidas integrantes de competições profissionais sejam colocados à venda até setenta e duas horas antes do início da partida correspondente"

O ESPN.com.br consultou Paulo Schmitt, procurador-geral do STJD, para saber o que poderia acontecer com o Atlético-MG nesta situação. A resposta foi simples: qualquer situação que infrinja qualquer estatuto é passível de punição. O tribunal só espera receber a denúncia para abrir as investigações e instaurar um julgamento.

Quanto a punições, o STJD pode aplicar multas ou até obrigar que o regulamento seja cumprido, o que está descartado neste caso, já que não há tempo para isso.

Schmitt, porém, avisa que há coisas que podem atenuar a situação para o Atlético. O fato de a polícia determinar que a carga de ingressos teria que ser menor, por exemplo, pode ser usado na defesa do clube alvinegro.

Certo é que a disputa do primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil começa dentro de campo nesta quarta e deve seguir fora dele pelos próximos dias.