Um dia depois de o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, criticar a decisão do Atlético em pedir 10% da carga de ingressos para o jogo de volta da final da Copa do Brasil, o mandatário alvinegro, Alexandre Kalil, decidiu se pronunciar e criticou o dirigente do arquirrival. "Ele está descontrolado, apavorado e inventando histórias", foram as palavras do dirigente, em entrevista à Rádio Itatiaia. Ele ainda disse que confia na Polícia Militar para garantir segurança aos torcedores e se disse orgulhoso da decisão do torneio entre mineiros.

A polêmica começou quando do anúncio, na quinta-feira, de que o Atlético faria uso do direito de ter 10% da carga de ingressos destinada ao clássico decisivo da competição nacional. No entendimento de Gilvan, havia um acordo para que ambos os confrontos fossem com torcida única, baseando-se em declarações do presidente atleticano após os 3 a 2 do Galo sobre a Raposa, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro.

"No jogo passado, o presidente do Atlético me telefonou e me pediu que cedesse os 10% dos ingressos para ele lá no Mineirão e me disse o seguinte 'você sabe que os clubes estão passando dificuldade, e eu não tenho o dinheiro para te adiantar. Você poderia me ceder os 10% dos ingressos, que eu, vendendo, te mando o valor'. Eu falei 'pois não, acredito em você'. E mandei os ingressos. Eles só venderam para a torcida organizada e eles aprontaram aquela bagunça. Pagaram só os que venderam, muito menos do que os 10%, e só venderam meio ingresso", revelou Gilvan, nessa sexta-feira.

Alexandre Kalil, no entanto, contesta: "Isso é mentira. Eu disse a ele que eu não iria comprar ingresso para revender. Ele mente descaradamente, dizendo que eu ia comprar os ingressos e não paguei. Da outra vez, eu liguei para ele e fiz um acordo de cavalheiros, achando que ele não ia inventar uma mentira. Falei, 'Gilvan, eu não vou comprar ingresso. Se você tiver interesse em vender o ingresso, eu te cedo a bilheteria do Atlético'. E assim foi feito. Assim foi combinado entre nós. Ele inventar que eu tinha que pagar depois e não paguei, isso é mentira. Eu não conhecia essa faceta. A partir de agora, para falar alguma coisa para o presidente do Cruzeiro, vamos ter uma terceira pessoa para ouvir. Porque se tem uma coisa que eu não falo é mentira. Isso vai ser feito assim. Eu mando o dinheiro, ele manda os ingressos. Ele manda o dinheiro, eu mando os ingressos. Com é no estatudo do torcedor. Eu repito, ele está descontrolado, apavorado e inventando histórias.

O mandatário alvinegro revelou ainda que, por ele, as partidas seriam com torcida única, mas que a decisão não é só dele. "Eu nunca fiz nenhum compromisso com eles (Cruzeiro). Eu realmente queria torcida única, mas a minha diretoria achou que era melhor não e nós fizemos uma reunião. Tanto que o Alexandre Mattos (diretor de futebol celeste) me ligou na quinta-feira, 10 horas da manhã, para saber sobre esse assunto. A prova de que não estava nada definido. Eu disse a ele: 'Alexandre, eu vou ter uma reunião agora com a diretoria. Depois eu te falo'", alegou Kalil.

SEGURANÇA E FESTA

Outro ponto rebatido pelo presidente do Galo foi em relação à segurança. Kalil acredita que a Polícia Militar tenha todas as condições para garantir que cruzeirenses e atleticanos se comportem, sem entrar em conflito no Independência ou no Mineirão. Para tanto, representantes dos dois clubes e o comando da Polícia Militar se reuniram nessa semana.

"Eu não estou entendendo esse descontrole (com relação à segurança), esse nervosismo. Quer dizer, ele (Gilvan) está muito descontrolado, muito aflito e nervoso. Então, para ele ficar mais tranquilo, até porque é só mais uma decisão. O Atlético está acostumado à decisão. Estou sentindo que pode exasperar o clima. Vamos ficar mais tranquilo, não vamos inventar história, não vamos mentir. Eu não tenho o menor receio, o resultado vai vir ao natural, sempre veio. Então não há necessidade, primeiro, desse descontrole e, segundo, de mentir", provocou Alexandre Kalil, que ainda completou: "Estamos muito orgulhosos de fazer parte disso. O Atlético está muito orgulhoso e acredito que o próprio Cruzeiro esteja orgulhoso. Eu acho que Minas Gerais tem que ficar em festa e não nesse apavoramento, nesse descontrole que mostra a diretoria do Cruzeiro neste momento".