Titular na conquista do título brasileiro em 2013, Nilton perdeu espaço para Henrique em 2014
Foto: Buda Mendes / Getty Images


O ano de 2013 foi um dos melhores, se não o melhor, na carreira do volante Nilton, culminando no título brasileiro pelo Cruzeiro como titular. Agora, porém, o jogador segue seu trabalho em busca de novas oportunidades na equipe mineira. Contra o Criciúma, neste domingo, no Mineirão, o técnico Marcelo Oliveira deve dar uma nova chance ao jogador, que quer agarrar a oportunidade.

Nilton se transformou em 2014 no "Maluco Beleza" do Cruzeiro ao comemorar um gol inexistente – no jogo contra o Flamengo, no Maracanã, quando cabeceou uma bola por cima do gol e saiu vibrando como se ela tivesse entrado. Ele riu da situação e disse que a adrenalina fez com que ele imaginasse o gol.

Sempre de bem com a vida, Nilton conversou com o Terra e falou sobre diversos assuntos, entre eles a atual reserva, a luta pela vaga no time e seus clubes anteriores.

Perda da titularidade

Claro que ninguém tem cadeira cativa no Cruzeiro, tem jogadores de alto nível. A disputa é grande, eu fui um dos destaques (em 2013), eu fui eleito o melhor volante do campeonato, mas aí fiz cirurgia, perdi pré-temporada, alguns jogadores tiveram boa sequência... Um dos fatores para não ir tão bem é não ter tido uma pré-temporada decente, e junto com isso muita disputa. O Henrique no ano passado voltava de cirurgia, ele teve sequência. Eu estou sempre tentando, tem concorrência.

Trabalho para voltar ao time

Eu tento trabalhar forte para isso, não existe acomodação da minha parte. Faço as coisas da melhor maneira possível. É claro que quando você não tem sequência, sente a falta do ritmo. Neste ano está diferente, as equipes olham diferente para o Cruzeiro. Sem dúvida a nossa equipe pode melhorar mais, espero mostrar mais, o futebol que o Nilton mostrou de raça, sempre ajudando, aparecendo como elemento surpresa no ano passado. Não estamos tendo atuações de gala, mas tento ajudar o máximo possível. Quando começar o ano que vem, a pré-temporada, quando pegar desde o início, vai ser diferente, meu futebol pode igualar.

Salários atrasados no Vasco

Até hoje tenho amigos lá, as pessoas seguravam a barra pra gente. Tinha que ter paciência, eu fiquei seis meses sem receber (direitos de) imagem lá. Outros atletas chegavam a pedir dinheiro emprestado, dinheiro para gasolina, chegou em um ponto em que nós jogadores estávamos fechados. A gente tinha que se ajudar dentro de campo, ter futuro ou continuidade, tinha que fazer da melhor maneira possível, com isso formamos uma família.

Fomos campeões da Copa do Brasil (em 2011) com três meses de atraso (no salário). Sempre tivemos união, todos se juntando, isso acabou fazendo a diferença. Lá eu tive uma sequência boa, isso foi fundamental para eu poder melhorar em alguns aspectos. Tive ajuda de muitos, principalmente o Juninho (Pernambucano), e isso que faço em campo hoje, de posicionamento, eles tiveram participação.

Saída do Corinthians

Acho que a forma com que eu saí foi até um pouco triste, mas mágoa, desta forma, não. Tive uma boa sequência lá, ganhamos a Série B (em 2008). Quando o Mano (Menezes) chegou, pediu a contratação de outros atletas, tinha um número grande de volantes, ele acabou não querendo minha continuidade no trabalho e deixou à vontade se estivesse para ir para outro clube.

Foi aí que eu conversei com o Dorival (Júnior), fiquei sabendo que poderia ir (para o Vasco), ele pediu para eu ir. Meu procurador falou que no momento seria bom, estrutura boa, para entrar bem mais profissionalmente, e foi bom. Não guardo mágoa, eu comecei lá (Corinthians), meus primeiros gols... Lá eu tenho amizades, e a forma que acabou sendo, ele (Mano) não quis utilizar, cada um tem seu modo de ver as coisas.