Dirceu Lopes é um dos grandes ídolos da história do Cruzeiro (Foto: Mauricio Paulucci)

- Para mim, foi um dos grandes injustiçados da seleção brasileira - disse Lima, craque do Santos dos anos 60 e 70, apontando para o personagem que aparecia no telão do programa "Arena SporTV".

O "injustiçado" em questão é Dirceu Lopes, um dos maiores ídolos da história do Cruzeiro, mas que perdeu em 1970 a chance de disputar uma Copa do Mundo pelo Brasil.

- Era muito difícil, o camisa 10 da Seleção era o negão (Pelé), uma missão praticamente impossível. Em 1970 eu tinha apoio total do João Saldanha, que me apoiava muito. Em um jogo contra a Argentina, ele me botou de centroavante. Eu, com o meu tamanho.

No Cruzeiro, eu era como um passarinho, tinha espaço, caia pelos lados e tinha total liberdade. Ele dizia: "Não se preocupa que você é o meu jogador mais importante". Quando mudou o comando e entrou Zagallo, entrou política no meio, era época da ditadura militar. E me calei, não briguei pelo espaço e acabei cortado.

Mas a marca não ficou em mim. Foi a maior decepção que sofri no futebol, mas que foi superada e não me trouxe problemas emocionais - garante o jogador.

Dirceu jogou pela Raposa entre 1964 a 1977, vencendo nove vezes o Campeonato Mineiro e uma vez a Taça Brasil (1966). Era chamado de "o Príncipe". Ao olhar para o time atual do Cruzeiro, líder do Brasileirão e semifinalista da Copa do Brasil, vê em um garoto os seus traços:

- Tem um que está aflorando agora que é o Alisson, que tem estilo parecido com o meu. Ele cai bem pelas laterais, é velocista e inteligente. Tinha falado para o Marcelo Oliveira que ele tinha facilidade de bater na bola com as duas pernas.

Ele só conduz com perna direita e embora bata com as duas. É o que mais se assemelha comigo - apontou.

Recuperando-se de uma lesão, Alisson fica fora do primeiro jogo entre Cruzeiro e Santos, pela semifinal da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, às 22h, no Mineirão.