Melhor time do mundo, o Santos não resistiu aos "garotos" do Cruzeiro em 1966 (Foto: Reprodução SporTV)

Há quase cinquenta anos, Cruzeiro e Santos se enfrentavam pela final da Taça Brasil (equivalente ao Campeonato Brasileiro) e colocavam frente a frente o melhor time do Mundo, com Pelé e cia, e uma equipe de garotos que vinha encantando o Brasil. Goleiro dos mineiros na decisão de 1966, Raul Plassmann lembrou no "Redação SporTV" da emoção que sentiu ao jogar contra seus ídolos e do receio de irritá-los, após o primeiro tempo da partida no Mineirão ter terminado 5 a 0 para os donos da casa.

- A expectativa era a melhor possível, porque jogávamos naquela noite contra nossos ídolos. As pessoas me perguntam se estávamos nervosos por enfrentar o melhor time do mundo e eu respondo que nós estávamos felizes porque iríamos enfrentar nossos ídolos. Naquela época, você conhecia uma coisa ou outra, mas não tinha imagem. Então, era uma coisa mágica que estava acontecendo em nossas vidas. Entramos no Mineirão alegres e sem nervosismo, o que foi benéfico. Jogamos com tanta alegria, que conseguimos cinco gols no primeiro tempo, um absurdo. Quando eu desci o túnel do Mineirão no primeiro tempo, ao lado do Dirceu Lopes, eu perguntei quanto estava o placar e ele me disse: 5 a 0. Eu falei: "Acho que eles vão ficar bravos com a gente" - revelou Raul Plassmann.

Lateral direito do Santos na decisão, Carlos Alberto Torres contou no programa apresentado por André Rizek que, apesar de não haver muitos registros de imagem naquela época, o técnico Lula, do Peixe, sabia que os "garotos" do Cruzeiro poderiam levar perigo à máquina de gols paulista. Apesar de confiante em seus comandados, o treinador santista fez uma preleção antes da partida, algo que ele nunca havia se preocupado em realizar, visto a alta qualidade dos jogadores do Santos.

- Nós ouvíamos falar que o Cruzeiro estava crescendo e, antes de ir para o Mineirão, foi a primeira vez que o técnico Lula reuniu o time para dar alguma instrução. Não precisava antes, porque o time do Santos era espetacular. E na preleção, o Lula disse para a gente segurar os 15, 20 minutos iniciais os garotos do Cruzeiro e depois ir para cima. Só que nesse tempo, acho que já estava 4 a 0 para o Cruzeiro. A gente não via a bola. Lembra muito o time de hoje do Cruzeiro. A maneira como eles tocavam a bola, como se movimentavam, jogando em velocidade - comentou Carlos Alberto Torres.

Carlos Alberto, Mauro, Oberdan e Zé Carlos não seguraram Tostão e cia (Foto: Reprodução SporTV)

Curiosamente, Raul Plassmann também participou de outros confrontos decisivos envolvendo os dois outros times da semifinal da Copa do Brasil. Pelo Flamengo de Zico, o goleiro enfrentou o Atlético-MG de Éder e Reinaldo na decisão do Campeonato Brasileiro de 1980 e nas quartas de final da Libertadores de 1981.

- O problema maior foi naquele jogo lá no Serra Dourada (pela Libertadores, quando cinco jogadores do Atlético-MG receberam cartão vermelho). Entre os jogadores, não havia um comportamento agressivo. Havia, sim, uma rivalidade entre os torcedores. Mas nós não participamos disso. Foi mais a rivalidade dos torcedores e a presença de público espetacular (90 mil no Mineirão e 150 mil no Maracanã). O único time naquela época que poderia ter vencido o Flamengo, era aquele time do Éder, Reinaldo e que foi um grande adversário nosso. Foi uma das grandes decisões que participei, se não foi a mais importante - disse Raul Plassmann.

O confronto entre Flamengo x Atlético-MG, às 22h, será transmitido pelo SporTV, com narração de Luiz Carlos Jr., comentários de Lédio Carmona e Belletti e reportagens de Luciana Machado e Eudes Júnior. A transmissão começa às 21h, com o ambiente do jogo no Maracanã.

No Mineirão, Cruzeiro e Santos se enfrentam no mesmo horário e tem transmissão do SporTV2, com narração de Milton Leite, comentários de Maurício Noriega e Roger Flores e reportagens de Josino Ribeiro e Felipe Diniz.