Marcelo exaltou o seu elenco e disse que não gosta de ninguém acomodado (Foto: Reprodução do SporTV)

É comum que se diga que o Cruzeiro tem o melhor elenco do futebol brasileiro. Com duas ou mais opções de nome para cada posição do campo, o time do técnico Marcelo Oliveira conquistou o Brasileirão de 2013 e, nesta temporada, caminha para o bi.

Em entrevista ao "Arena SporTV", o treinador falou sobre como administra o elenco para não ter problemas de egos entre titulares e reservas. Como nomes como Júlio Baptista, Dagoberto, William e Borges no banco de reservas, o técnico diz que o seu dircurso é importante para mantê-los motivados. Mas sabe que apenas as vitórias é que são capazes de manter o ambiente sem reclamações de jogadores insatisfeitos.

- É uma cultura que penso ser completamente equivocada. Fazemos reuniões e exercitamos isso para o valor da equipe. O jogador brasileiro tem o objetivo de jogar na Europa. E quando chega lá obedece essa cultura diferente: vão para o banco. Era comum ver Neymar no banco no início, como Kaká e Robinho também já ficaram. Mas no Brasil, o jogador sofre, fica deprimido. Mas sempre falam: "Temos um grupo, o grupo está unido". Qualquer um pode jogar, damos muita importância aos treinos de quem não está jogando e, no fim do ano, todos participaram de alguma forma.

Não gosto de jogador acomodado, de quem fica treinando sem perspectiva. Tem de brigar para jogar, mas a manifestação (pública) incomoda. No Cruzeiro temos tido um ambiente bom, pois os jogadores sabem da importância. Mas são duas coisas que nos dão essa tranquilidade: o jogador sentir a coerência do técnico e o resultado, porque esse tipo de manifestação vem quando o resultado não aparece - explicou.

Há 24 rodadas na lideraça do Brasileirão e com, pelo menos, mais duas garantidas diante da diferença de sete pontos para o vice-líder São Paulo, o Cruzeiro está nas semifinais da Copa do Brasil. Por isso, o técnico faz questão de exaltar o seu elenco.

- Damos atenção muito grande a quem não está jogando, eles devem treinar mais e ser mais exigidos porque não estão jogando frequentemente e tem de estar bem, porque vão ser chamados.

Estimulamos porque vamos precisar deles. Seria muito cômodo conseguir um grupo com 16 ou 17 jogadores de bom nível e completar com juniores. Mas não é o caso. Trabalhamos com 30 jogadores de condições semelhante. Quem quer ganhar campeonato precisa de elenco mais numeroso e de boa qualidade. Já tivemos jogos de tirar todo o time e manter um nível de trabalho muito bom. É isso que a gente busca - disse.

Questionado se existe um "prazo de validade" para uma equipe vencedora, como recentemente tiveram São Paulo (entre 2005 e 2008) e Corinthians (entre 2011 e 2013), Marcelo Oliveira disse que não acredita que o atual grupo cairá na acomodação.

- É possível (ter prazo de validade) desde que você se acomode.

Tenho contrato até dezembro, estou feliz e esperamos conquistar mais para dar sequência ao trabalho. Acho que aqui, não haverá acomodação. Criamos uma boa união e há maturidade. Será necessário trocar uma ou outra peça para oxigenar, trazer situações novas e criar novos desafios. Penso que dá para fazer desde que não haja acomodação, não é o nosso caso, estão comprometidos nos treinamentos e jogos e a tendência é que, se conquistarmos mais um título ou quem sabe dois, podemos dar sequência com uma força ainda maior.

Nesta quarta-feira, o líder Cruzeiro recebe o Palmeiras no Mineirão, às 19h30