Willian e Henrique marcaram, no primeiro tempo, os gols da classificação cruzeirense na Arena das Dunas

Prejudicado pela arbitragem, o Cruzeiro por pouco não deu adeus ao sonho do quinto título da Copa do Brasil. O time celeste foi derrotado, de virada, pelo ABC por 3 a 2, ontem, na Arena das Dunas, em Natal, pela rodada de volta das quartas de final, mas conseguiu a classificação nos critérios de desempate, já que vencera por 1 a 0 no Mineirão. As circunstâncias, no entanto, não esconderam os erros da Raposa, que levou sufoco e completou a terceira derrota consecutiva – foram duas pelo Campeonato Brasileiro. Nas semifinais, o time celeste enfrentará o vencedor de Santos e Botafogo, que jogam esta noite.

O Cruzeiro foi para o intervalo com a vitória parcial por 2 a 0, o que deu a falsa impressão de que a partida poderia terminar em goleada azul. Mas na segunda etapa, com o rendimento instável da equipe e os erros cometidos pela arbitragem, o time mineiro correu o risco de voltar para casa eliminado. O árbitro Anderson Daronco não marcou pênalti em Willian, nem impedimento de Marlon no lance que o zagueiro potiguar foi derrubado na área por Dedé, no pênalti convertido por Xuxa e que resultou no empate dos donos da casa.

A vantagem celeste no confronto parecia não intimidar os torcedores do ABC, que lotaram a Arena das Dunas e fizeram festa do início ao fim. Para incentivar os jogadores, eles apresentaram antes do jogo, em mosaico, a frase “Unidos somos fortes”, e infernizaram o goleiro Fábio. O defensor celeste teve de suportar um barulho ensurdecedor atrás do gol, embora tenha sido pouco exigido pelo adversário, especialmente no primeiro tempo.

O técnico Marcelo Oliveira revelou, antes de a bola rolar, que usaria a velocidade de Willian e Alisson para tentar surpreender nos contra-ataques. E assim foi. Mesmo não tendo sido um primor técnico, o Cruzeiro pressionou mais e criou as melhores chances. Em uma delas, depois de uma cobrança de escanteio, Nilton cabeceou na trave. Inferior tecnicamente, o time potiguar teve muita dificuldade e arriscou, sem sucesso, chutes de longe. O gol celeste, que já se desenhava, não demorou para se concretizar: em outra cobrança de escanteio, a bola sobrou para Willian, que não perdoou, obrigando o ABC a fazer três gols para avançar.

ERROS Depois de desperdiçar duas chances claras ainda na primeira metade do jogo, com João Henrique, o time de Moacir Júnior pagou caro e viu o Cruzeiro, praticamente, definir a classificação. Alisson partiu em contragolpe pela esquerda, driblou o goleiro e tocou por cima. Henrique, quase dentro do gol, completou para a rede.

A classificação parecia fácil, não fossem as falhas defensivas do time celeste e os erros da arbitragem. Depois de dois vacilos de Dedé, a equipe potiguar empatou. Primeiro, o zagueiro cruzeirense chegou atrasado e viu Rodrigo Silva subir e testar para o gol. Depois, Dedé derrubou o também zagueiro Marlon, que estava impedido, em pênalti marcado irregularmente para o anfitrião. Xuxa cobrou sem chances para Fábio. Até o apito final, o ABC foi só pressão. Na base da vontade, conseguiu a virada quando Alvinho, de voleio, marcou um golaço, mas não foi suficiente para tirar a vaga da Raposa.

ABC 3 X Cruzeiro 2

ABC: Gilvan; Mádson, Suéliton, Marlon e Samuel; Fábio Bahia, Patrick (Alvinho 33 do 2º), Daniel Amora e Xuxa; João Paulo (João Henrique 24 do 1º) e Rodrigo Silva

Técnico: Moacir Júnior

Cruzeiro: Fábio; Ceará, Dedé, Manoel e Egídio (Leo 41 do 2º); Nílton, Willian Farias, Henrique e Alisson (Neílton 16 do 2º); Willian e Borges (Marlone 43 do 1º

Técnico: Marcelo Oliveira

Estádio: Arena das Dunas

Gols: Willian 30, Henrique 41 do 1º, Rodrigo Silva 14, Xuxa 20 e Alvinho 40 do 2º

Árbitro: Anderson Daronco (RS)

Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (GO) e Fábio Pereira (TO)

Cartão amarelo: Xuxa, Daniel Amora, Alisson, Dedé, Nilton e Fábio

Pagantes: 18.530

Renda: R$ 772.565