O líder não conseguiu marcar um gol sequer no Maracanã, domingo. Se não teve gol do Cruzeiro, o jogo com o Flamengo teve lances curiosos. Como a comemoração eufórica do volante Niltonapós ver uma "miragem" em campo e o gol contra de Dedé, no melhor estilo “Karatê Kid”. A partida teve, ainda, falha na comunicação entre o zagueiro Manoel e o goleiro Fábio, um intervalo prolongado, clima quente entre os jogadores e homenagem a um eterno ídolo das duas torcidas.

MIRAGEM

O gol é o clímax do futebol. E domingo, no Maracanã, o volante Nilton viveu exatos seis segundos de êxtase. Aos 18 minutos do primeiro tempo, depois de cruzamento de Marquinhos, o volante subiu e disputou a bola com o goleiro Paulo Victor e a bola foi por cima do gol, mas tocou levemente a rede pelo lado de fora. Foi nessa pequena fração que de tempo que Nilton teve uma ilusão de ótica: achou que bola tivesse entrado e explodiu de felicidade, partindo para a comemoração, até ser alertado por Marcelo Moreno que não havia empatado o jogo. Que decepção!

KARATÊ CONTRA

Se fosse no ataque, seria um golaço. Aos 13 minutos do primeiro tempo, depois de um cruzamento de Alecsandro, o zagueiro Dedé se esticou todo para cortar a bola para escanteio. Mas ela tomou outro rumo, para a infelicidade do jogador cruzeirense. A bola foi direto na gaveta de Fábio, que nada pôde fazer já que o goleiro também havia saído para tentar interceptar o cruzamento.

DEIXA QUE EU DEIXO

A tarde não era mesmo dos zagueiros do Cruzeiro. Depois de Dedé, Manoel também cometeu uma "pixotada". O zagueiro tentou proteger uma bola recuada, protegendo-a para Fábio segurar firme. Mas faltou comunicação com o goleiro celeste, e Canteros aproveitou a indecisão para roubar a bola. Ficou cara a cara com o gol vazio e marcou o segundo do rubro-negro.

OLÉ NO LÍDER

O Cruzeiro é o time que todos os adversários do Campeonato Brasileiro querem derrotar. O Flamengo conseguiu. E mais: com uma ótima atuação, colocou o time celeste na roda. Aos 36 minutos do segundo tempo, já com 3 a 0 no placar, a torcida flamenguista encheu a boca para soltar o grito de “olé” e provocar o líder.

HOMENAGEM A RAUL

Equipes perfiladas para a execução do hino nacional. Flamengo e Cruzeiro de camisas amarelas. Seria uma demonstração de patriotismo? Nada disso. As equipes homenagearam Raul Passmann, que defendeu os dois times e ficou marcado por usar uma camisa amarela, cor excêntrica para os padrões do futebol na época: o goleiro fez sucesso no Cruzeiro na década de 1960 e 1970, conquistando a Taça Brasil de 1966 e a Libertadores de 1976. Depois, marcou história no Flamengo conquistando três campeonatos brasileiros, (1980, 1982 e 1983), além da Libertadores e o Mundial de 1981. Todos entraram em campo com as camisas de goleiro com o nome do ex-jogador escrito nas costas.

DEDO NO NARIZ

O clima esquentou no Maracanã. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Marquinhos sofreu uma entrada dura de Anderson Pico. Cáceres tomou as dores do companheiro e deu um empurrão no atacante do Cruzeiro. Marquinhos se irritou e ignorou o 1m86 do zagueiro rubro-negro, colocando o dedo na cara do adversário. Resultado: os dois receberam amarelo. Logo em seguida, em um escanteio a favor do Cruzeiro, Nilton também se desentendeu com Alecsandro e foi punido com cartão.

INTERVALO DEMORADO

Em um tempo em que a pontualidade do futebol brasileiro tem funcionado muito bem, a partida entre Flamengo e Cruzeiro deixou a desejar. O intervalo durou exatos 19 minutos e 36 segundos. O Cruzeiro mostrou pontualidade e entrou em campo antes de completados os quinze minutos, mas o Flamengo demorou nos vestiários e voltou atrasado para o gramado.