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11/10/2014 09:30

Marcelo Oliveira e cia: escola mineira de técnicos "comanda" o Brasileirão

Treinadores formados em terras mineiras vão bem na competição nacional. Três deles estão a frente de clubes que ocupam as 10 primeiras colocações

Marcelo Oliveira e cia: escola mineira  de técnicos comanda o Brasileirão
Marcelo Oliveira faz sucesso a frente do Cruzeiro há duas temporadas (Foto: Maurício Paulucci)

Desde a edição passada, o Campeonato Brasileiro é comandado e liderado pelos mineiros. O Cruzeiro tem mostrado grande superioridade na competição e caminha a passos largos para o segundo título seguido. Tudo sob o comando de Marcelo Oliveira. Mas o mineiro de Pedro Leopoldo não é exceção entre aqueles "professores" formados nas terras mineiras. Na fase final do Brasileirão, Minas tem ganhado destaque não só pela campanha celeste, como também pelo momento da última safra de treinadores revelados para o país. Dos 20 clubes em disputa na elite, quatro contam com o trabalho de profissionais mineiros à frente do comando técnico. Comparando com outros estados, o estado só perde neste quesito para São Paulo, que possui sete técnicos na Série A. No entanto, os mineiros apresentam melhor desempenho, com três comandantes entre os 10 melhores colocados na tabela de classificação.

Além de Marcelo Oliveira, ainda estão no pelotão de cima: Enderson Moreira, que está com o Santos na sétima colocação, e Ricardo Drubscky, ocupando a 10ª a frente do Goiás. Ainda faz parte do grupo dos técnicos Ney Franco, exceção entre os mineiros na atual edição, já que luta contra o rebaixamento do Brasileirão com o Vitória, mas que fez boa campanha no ano passado.

Marcelo Oliveira, técnico com maior tempo no comando de um clube da primeira divisão, enaltece o bom momento vivido pela já conhecida escola mineira de treinadores.

- É bom saber que a safra dos treinadores brasileiros vem se renovando e que os mineiros vêm dando conta do recado, ganhando espaço nesse mercado tão concorrido. A renovação de métodos também é algo que vejo sempre como um fator muito positivo, especialmente no futebol, onde, naturalmente, as coisas mudam muito rápido. Com a tecnologia cada vez mais presente, a forma de trabalhar vai evoluindo também e, nesse contexto, surgem conceitos modernos e novos profissionais. Fazer parte de uma escola que tem se firmado nacionalmente é gratificante. Trata-se de companheiros que também têm a preocupação de acreditar em jogadores em processo de amadurecimento e de lapidar os talentos. Acredito que é uma qualidade que ajuda a comprovar a importância do trabalho em longo prazo e que pode ser mesclada com outras escolas existentes ou que venham a surgir - comentou o comandante celeste, atualmente na liderança com 56 pontos.

Enderson Moreira, após treinar o Goiás por mais de duas temporadas, conquistar a Série B, o bicampeonato goiano e o sexto lugar na última edição do Brasileirão, ganhou uma chance no Santos. Com 73,3% de aproveitamento no returno, o treinador comanda uma equipe em ascensão no Brasileirão.



A equipe, que entrou de vez na briga por uma vaga na Copa Libertadores, conta com muitos jogadores jovens, o que exige um equilíbrio na busca pelos resultados imediatos e o pensamento na qualidade futura do plantel, segundo o técnico.

- Sempre que encontro com o Marcelo Oliveira, o Ricardo Drubscky e o Ney Franco, troco bastante ideia e informações acerca do futebol, compartilhando experiências também. Vejo o trabalho de base como o principal pilar dessa geração mineira. Todos nós atuamos por muito tempo nas categorias de formação, onde já existia competitividade nas disputas dos torneios e isso foi nos agregando cancha de competições profissionais. Acredito que o atual cenário econômico da maioria dos clubes force um olhar mais atento para a base. Com isso, o melhor caminho é formar equipes com uma boa dose de jogadores pratas da casa. Contudo, a transição não é uma tarefa fácil, pois necessita de um tempo mínimo para inserir um jogador dentro de um contexto de extrema visibilidade e exigência. Por isso é tão importante a valorização do trabalho em médio e longo prazos, principalmente porque ajuda que um planejamento possa ser traçado para diferentes perfis de atletas e executado sem muitas interrupções.

Enderson Moreira faz boa campanha com o Santos no returno do Brasileirão (Foto: Alexandre Loureiro / Inovafoto)

Inspiração

Ricardo Drubscky, que trouxe o Atlético-PR de volta à Série A em 2012, faz um trabalho consistente no Goiás, ocupando a 10ª colocação. Familiarizado com a parte teórica do futebol, lançou recentemente a segunda edição do livro “Universo Tático do Futebol – Escola Brasileira". Assim como os companheiros, a principal inspiração também vem de Minas.

- Minha maior referência é o Telê Santana, que, ao meu ver, foi o grande mentor da escola brasileira de futebol. O Telê foi o que mais interpretou o estilo próprio do país, com o jogo solidário, toque de bola, fair play, excelência nos fundamentos, dentre outras qualidades notórias nas equipes em que treinou. Atualmente, procuramos desenvolver um trabalho de qualidade em conjunto com os clubes, para que os frutos possam ser colhidos lá na frente.

Telê Santana é inspiração para os treinadores mineiros (Foto: Divulgação/Mogi Mirim)

Com três treinadores entre os 10 primeiros colocados do Campeonato Brasileiro, Minas Gerais ainda pode terminar com três títulos no final da temporada. Marcelo Oliveira comanda o líder Cruzeiro na competição nacional e na Copa do Brasil. Também pelo mesmo torneio, Enderson guia o Santos, que pode enfrentar o próprio clube celeste na semifinal. Na Copa Sul-Americana, Drubscky e Ney Franco buscam a conquista inédita na história do Goiás e do Vitória, respectivamente.

Ranking de treinadores da Série A por estado:

SÃO PAULO (7 treinadores):
Muricy Ramalho, Eduardo Baptista, Dorival Júnior, Claudinei Oliveira, Marquinhos Santos, Jorginho e Vágner Mancini

MINAS GERAIS (4): Marcelo Oliveira, Enderson Moreira, Ricardo Drubscky e Ney Franco

RIO GRANDE DO SUL (3): Luiz Felipe Scolari, Mano Menezes e Argel Fucks

RIO DE JANEIRO (2): Abel Braga e Vanderlei Luxemburgo

PARANÁ (2): Levir Culpi e Gilson Kleina

SANTA CARATINA e BAHIA (1 cada): Gilmar Dal Pozzo e Cristóvão Borges, respectivamente.

2130 visitas - Fonte: Globo Esporte




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