Theotônio Chermont fez a defesa do Cruzeiro no julgamento (Foto: Daniela Lameira / Site STJD)

O Cruzeiro deixou a sessão da Terceira Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva decepcionado com a decisão dos auditores de punir o clube com multa de R$ 50 mil e perda de um mando de jogo - que será cumprido diante do Palmeiras, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Foi assim que o advogado Theotônio Chermont avaliou a decisão nos tribunais, resultado dos incidentes no clássico contra o Atlético-MG, em 21 de setembro, no Mineirão, pelo Brasileirão. Segundo ele, o clube irá recorrer da decisão.

- Recebemos com decepção. Afinal, gostaria de absolver o clube.

O código é rígido, era complicado. O Cruzeiro entende que, a partir do momento de que os baderneiros foram detidos, fez o que tinha de ser feito – disse o advogado, que avisou que irá recorrer da decisão e pedir efeito suspensivo.

A punição começa a valer 10 dias após a decisão e é para os jogos no Campeonato Brasileiro - pela Copa do Brasil as partidas podem ser realizadas onde os clubes quiserem. Os próximos jogos de Atlético-MG e Cruzeiro como mandante terão de ser realizados a, no mínimo, 100 quilômetros de Belo Horizonte. O Galo será anfitrião contra o São Paulo, pela 28ª rodada (dia 12 de outubro), e a Raposa vai receber o Palmeiras, pela 30ª rodada (dia 22 de outubro).



Theotônio Chermont disse que irá recorrer. Tentará no Pleno a absolvição. Antes, porém, pedirá o efeito suspensivo.

A sessão foi realizada na tarde desta quarta-feira no Rio de Janeiro. Durou pouco mais de duas horas. Presente ao tribunal, o presidente Gilvan de Pinho Tavares depôs como testemunha de defesa. A punição para os clubes previa perda de até 10 mandos de campo e, ainda, multa de até R$ 100 mil para cada equipe, por infração. Assim, como foram denunciados duas vezes, a pena poderia chegar a 20 jogos e multa de R$ 200 mil para cada. Com portões fechados. Dessa forma, se levasse a pena máxima, o time celeste não jogaria mais no Mineirão pelo Brasileirão.

"Um absurdo"

O advogado do Cruzeiro ainda criticou a forma como os incidentes nas arquibancadas são encarados no Brasil. Segundo ele, essas situações deveriam ser levadas para a esfera cível.

- Tem pessoas que se infiltram nas torcidas. São marginais. Eles assaltam os próprios integrantes das torcidas. Como que um presidente de clube vai resolver isso? É caso de polícia. Um homem que atira a cadeira em um policial militar... tem de ser julgado pela Justiça Comum. Tem de ficar na cadeia. O dia que isso ocorrer no Brasil os marginais vão deixar de se infiltrar em torcidas. O clube não tem o que fazer. Multa e perda de mando de campo. Há prejuízo. Além da multa, temos de deslocar a equipe da nossa cidade. É um absurdo. Nós não somos responsáveis pela segurança pública – reclamou o dirigente.

Incidentes ocorreram durante o último clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG (Foto: Rafael Araujo)

Na próxima rodada do Brasileirão, o Cruzeiro recebe o Internacional no Mineirão. A partida é às 18h30m (de Brasília), de sábado.