1/9/2014 10:57
Quando o treinador ganha o jogo
No mundo do futebol, todo mundo sabe que não se pode dar brecha para o azar. Os times de menor expressão que vencem (e com bastante autonomia) os grandes clubes são a prova disso. E ontem, contra a Chapecoense, após o gol do alviverde catarinense, muita gente pensou: “ih, lá vem a zebra!”. Eu mesmo, enquanto ouvia o jogo pelo radinho, cheguei a pensar: “mas será possível que o Cruzeiro vai perder pontos logo para a Chapecoense?”
O primeiro tempo terminou com o placar marcando a vantagem dos visitantes, embora os melhores momentos demonstrassem a superioridade do Cruzeiro na partida. E o que a Raposa deveria fazer para mudar a história do jogo? Deveria fazer alguma alteração na equipe logo na volta para o segundo tempo? O comentarista da rádio pela qual eu estava ouvindo o jogo respondeu: “Nada. O Marcelo Oliveira não precisa mexer no time logo de cara. Eu sou a favor de dar mais uma oportunidade pra quem está em campo. O treinador tem que mexer aos 15 ou 20 minutos!”.
E quem conhece bem o Cruzeiro sabe que o técnico Marcelo Oliveira não costuma fazer mudanças durante o intervalo. Pelo menos tem sido assim desde que ele assumiu o comando técnico do time celeste. Entretanto, na volta para a etapa final, o Cruzeiro voltou com uma alteração: o atacante Willian deu lugar para o meia Alisson. Estranhei a alteração, pois o Marcelo não costuma fazer mudanças cedo demais.
Era preciso arriscar, porque não se pode perder três pontos em casa para um time teoricamente muito inferior ao Cruzeiro logo agora que é preciso aumentar a vantagem sob os nossos adversários na tabela de classificação. É assim que pensou o técnico Marcelo Oliveira na partida de ontem. E só quem tem o grupo nas mãos, só quem conhece o potencial que o time tem, só quem sabe fazer uma leitura eficiente de jogo é que pode ter a ousadia de arriscar uma substituição assim.
Vocês sabem, como tudo na vida, uma substituição tem sempre 50% de chances de dar certo. E deu. A entrada do jovem Alisson mudou o resultado da partida de ontem. O Cruzeiro não só virou o jogo, mas fez quatro gols com bastante competência (um do Alisson, inclusive).
Muitas vezes a má fase de uma atacante, as bolas na trave, as oportunidades perdidas, o pênalti desperdiçado, a retranca do adversário e as grandes defesas de um goleiro inspirado podem fazer a diferença. Mas ontem, amigos, o que fez a diferença mesmo foi a ousadia de um treinador que conhece as potencialidades do grupo que tem em suas mãos.
Parabéns, Marcelo Oliveira, esses três pontos eu coloco na sua conta, como também coloquei a eliminação para o Flamengo na Copa do Brasil de 2013 na sua conta. Naquela ocasião eu te chamei de covarde, hoje eu glorifico sua coragem!
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