"A torcida azul foi à sua casa, o Gigante da Pampulha, sabendo que iria comemorar"

Foi dia de show no Mineirão (foto). De um lado o Cruzeiro, com seu grupo forte e jogadores de alto nível. Do outro, o Santos, achando que o recentemente repatriado Robinho seria a solução dos seus problemas. Ele não viu a cor da bola. Lucas Silva, Dedé e Leo não deixaram. O placar de 3 a 0 foi pouco. Para mim, Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro formam uma panelinha contra Marcelo Moreno, centroavante nato, que tem se desdobrado para ajudar o time. Ele fez seu gol, mas por pouco Goulart, impedido, não atrapalhou. Se o árbitro fosse bom, anularia, porque Aranha foi prejudicado. Mesmo assim, o boliviano tem seis gols no Brasileiro, três atrás do companheiro.

Uma coisa é fato: Dunga, tem na pior das hipóteses, dois cruzeirenses de alto nível à disposição: Goulart e Ribeiro. E, de quebra, ainda pode convocar Fábio, Dedé e Lucas Silva. Claro que não fará isso. Tirar de uma vez cinco jogadores de um time que briga pela taça, acho difícil.

A torcida azul foi à sua casa, o Gigante da Pampulha, sabendo que iria comemorar. Só não pensava que seria de goleada. Assim, a liderança, momentaneamente perdida no sábado para o Inter, foi mantida. Agora, o líder tem 33 pontos, contra 31 dos gaúchos e 28 do Corinthians. Não tenho dúvidas de que o Cruzeiro vai disputar a taça até o fim e, se tudo sair de acordo com o script, será tetracampeão. Nenhum time do Brasil tem grupo à altura dos celestes. Qualquer reserva cruzeirense seria titular absoluto nas outras equipes do país.

Se não escalasse Willian, Marcelo Oliveira teria outras opções. Marquinhos, por exemplo, não foi pedido por ele, mas chegou e foi até titular em alguns jogos, com boas atuações. Mas falou mais alto o peso do preço de Willian. Marcelo joga para a frente e difere da maioria, mas não pode negar que tem nas mãos os melhores jogadores do país. O Cruzeiro lhe deu o que jamais sonhou encontrar. Com esse grupo, só mesmo sendo incompetente para não ganhar títulos. Quando a competição é mata-mata, a coisa muda de figura. Nesse tipo de disputa, nem sempre partir para cima significa que vai vencer. Vale mais segurar a bola e dar o bote na hora certa, porque uma derrota pode significar a eliminação. Foi assim na Copa do Brasil e na Libertadores.

Tomara que ele aprenda, pois a tendência é o Cruzeiro chegar novamente à Libertadores e a equipe vai começar agora na Copa do Brasil, que já tem Fluminense, Inter e São Paulo eliminados. Sobraram poucos rivais de qualidade. O torcedor sonha com o penta da competição e com a segunda tríplice coroa. Marcelo, nos pontos corridos, mostrou categoria e boa direção. Mas no mata-mata tem sido um fracasso. Tem nova chance de se dar bem agora. Vamos ver se será tão brilhante como nos pontos corridos.

Assessores

Os jogadores têm de perceber que seus assessores de imprensa são verdadeiros “aspones”. Não sabem nada e não ajudam nada a carreira deles. Eu não dou a mínima para eles. Quando convido alguém para o meu programa, faço diretamente, ligando para ele. Os atletas deveriam perceber isso e acabar com essa praga, que só serve para atrapalhar.