Torcedores sem ingresso apoiaram o San Lorenzo foram do Nuevo Gasómetro (Foto: Daniel Mundim)
Inexplicável. Pura felicidade. O dia mais feliz de suas vidas. Com adjetivos e sensações diversas, os torcedores do San Lorenzo tentam descrever o 13 de agosto de 2014. E eles viveram intensamente a data mais importante da história cuerva. Dentro e fora do Nuevo Gasómetro. Nas arquibancadas e nas tribunas de imprensa. Por todos os lados de Bajo Flores, onde o estádio está, e em Boedo, sede do clube. A partir dos 35 minutos do primeiro tempo, quando Ortigoza fez o gol do jogo, o nervosismo se foi e o sonho parecia que, enfim, seria realizado.
A grandiosidade desta partida para a história do time azul-grená começou com a conturbada venda de ingressos. A demanda era imensa. Com 60 mil sócios e 40 mil lugares no Nuevo Gasómetro, muitos se frustraram por não terem visto de perto o momento tão aguardado. Algumas centenas destes não deixaram de ir até o estádio e, mesmo do lado de fora, apoiaram o time. Com bandeiras hasteadas, os que não conseguiram entrar acompanharam o movimento que vinha da “cancha”.
Nas tribunas de imprensa, o cenário era quase o mesmo. Inúmeros torcedores andavam pelo local, vestidos com camisas do clube, mas com credenciais. Os 700 jornalistas que se credenciaram para a partida tiveram que se acomodar nas arquibancadas, se amontoar na tribuna ou, até mesmo, subir ao teto do Nuevo Gasómetro, aonde foram cerca de 100 profissionais, em meio a fios de eletricidade e a desproteção diante da altura do local.
Sem espaço nas tribunas, jornalistas ocupam o teto do Nuevo Gasómetro (Foto: Daniel Mundim
Dentre eles, não era difícil ver algum cuervo. Cantavam junto com os demais torcedores. E em voz alta. Sofriam de apreensão e ansiedade. Inquietos, olhando o relógio a todo o tempo. Mas a torcida da arquibancada manteve uma postura quase única. A de cantar. E cantar. Foram poucos os segundos de voz baixa após ataques do Nacional-PAR. “O silêncio não é meu idioma”, dizia uma das faixas estendidas no Nuevo Gasómetro. Tudo isso, segundo Edgardo Bauza, ajudou a criar o ambiente propício para o título.
- Fico feliz muito mais pela pressão que foi exercendo o torcedor. Aonde íamos, eles transmitiam isso: “tem que ganhar a Copa, tem que ganhar a Copa”. Era uma pressão importante, que por sorte pudemos canalizar toda essa energia e aproveitar – declarou.
A festa em Boedo
Com a taça erguida por Pipi Romagnoli, a festa já podia começar. O encontro das avenidas San Juan e Boedo, no bairro que é berço do San Lorenzo, é ponto de encontro tradicional dos cuervos. Em derrotas e vitórias. Quando o triunfo é histórico, como o desta quarta-feira, milhares se moveram até lá para dividir as alegrias e viverem o momento que parecia inalcançável.
- É inexplicável. Percorremos essa taça a nossa vida toda. Nossa vida foi feita com esse objetivo. Passamos por tantas coisas nos últimos anos. Não sei como explicar o que estamos sentindo. É distinto, porque ser San Lorenzo é distinto. Somos diferentes. E vivemos esse momento de uma maneira diferente. É inexplicável – resumiu o torcedor Christian Cabañez.
Torcedores do San Lorenzo comemoram o título inédito da Libertadores no bairro de Boedo (Foto: Daniel Mundim)